Por : Pettersen Filho
Cenas nunca dantes imaginadas, pelo menos, não nas conservadoras Terras de Sua Majestade, bem ao lado do Palácio de Buckinghan, em Londres, bem no “Coração” do que foi um dia o Colossal Império Inglês, muito embora, até, possíveis de serem avistadas, em alguma Colônia Longínqua do Além-mar, na Ásia ou África, numa dessas típicas “Batalhas de Invasão”, que tanto caracterizaram a Esquadra Britânica, ao fundear em algum Porto Distante, do Oriente Médio ou Caribe, e submeter os “Moradores” a Fúria Indômita dos seus Canhões, o fato é que Londres, nos últimos três dias vem ardendo em incontroláveis Chamas...
Sonho jamais realizado pelo próprio Napoleão Bonaparte, que nunca chegou a tocar, com seu glorioso Exercito Continental, as Ilhas Britânicas, ainda no Século XIX, quando somente a França rivalizava com a Inglaterra, em Poderio e Possessões, nem tampouco assimilado por Adolf Hitler, mais recentemente, no Século Passado, com suas Bombas Voadoras, V1 e V2, em sua Insanidade Nazista, foi necessário pelo menos Cem Anos de Decadência, desde que submergiu da Primeira e Segunda Guerras Mundiais, não mais como um “Poderoso Império”, que sempre o fora, desde que venceu o Rei Felipe II, da Espanha, e a sua “Esquadra Invencível”, nos primórdios do Século XVI, até que, enfim, a Inglaterra assistisse as cenas dantescas de agora, desse ultimo Fim de Semana, que tanto impôs ao “Mundo Além-mar”, em que “Jovens” Ingleses tomaram as Ruas, e de Tochas nas Mãos, incendiaram o “Velho Sistema”, fazendo as Ruas do “Decadente” Império, finalmente, arderem em Revolta e Balburdia..
Império “Absoluto”, desde as Grandes Navegações, em que sobrepujou com seus Corsários, Portugal e Espanha, arrebatando-lhes o Ouro e a Prata das Colônias, a Inglaterra foi, sempre, a “Rainha dos Mares”, não havendo, pelo menos, durante cerca de trezentos anos, Nação alguma que se alcançasse, por Água, ou Mar, que não se submetesse ao Poder Inquestionável da sua Armada, ou Boca dos seus Canhões, razão pela qual dominou Meio Mundo, desde a Oceania, China, Índia, Ásia e África, saqueando-lhes a riqueza, e as populações, até que uma Guerra Famigerada, e outra (1ª e 2ª Guerras Mundiais), cumuladas com o aparecimento de uma Nova Potência, os EUA (Que roubaram-lhe o Posto), retirassem-lhe a Pose, e as Posses, emergindo como somente mais um Pais Desenvolvido Europeu, fatalmente predestinado a decadência.
Assim é que, ora, Mergulhada em uma Divida Interna sem precedentes em “Tempos de Paz”, que suga-lhe as forças, e diante da súbita Austeridade imposta pelo Governo da Rainha, em gastos com Educação e Saúde, ingredientes novíssimos para os Súditos de Sua Majestade, mediante a uma Recessão Econômica visível, tal como já ocorre na França, Espanha e Itália, outras “Grandes Metrópoles Colonialistas” de outrora, a Inglaterra, “Conservadora” e “Tradicional”, finalmente, sucumbiu, estourando em Revoltas Populares.
Não diferente da França, Itália ou Espanha, que assistiram, durante o passar dos Séculos, levas e levas de “Migrantes” das Ex-colônias, em Roma, Paris ou Madrid, fazerem o Caminho Reverso, da Ásia ou África, e incorporarem-se as Massas Metropolitanas, sem, contudo, serem considerados Cidadãos “Puro Sangue” de Sua Majestade, mas, mero “Ranço Colonial” indesejável, de outrora, sempre reservada-lhes as Piores Áreas dos Subúrbios, e os Piores Trabalhos na Sociedade Metropolitana, eis que essas levas, caladas por Séculos, sublevadas por outro tanto de Jovens Cidadãos Britânicos, sem Trabalho ou Expectativa, ganharam as Ruas, e tomaram as Praças.
Despreparada, totalmente voltada para “Perigos Externos”, com a Otan e a, ainda poderosa, Marinha Real, fundeados em “Portos Distantes”, no Afeganistão ou Iraque Ocupado, a própria Scotland Yard não foi páreo para o Contingente Sublevado de Jovens, a maior parte deles Cidadãos Britânicos de Segunda Categoria, prontamente “Batizados” pela “Imprensa da Rainha” de “Baderneiros”, cujos pais, talvez, Cidadãos Egressos de Hong Kong, India ou Bangladesh, vem, munidos de Coquetel Molotov, e não mais do que com Pedras nas Mãos, cobrar de “Sua Majestade”, o Império, a conta de anos-e-anos de Arrogância e Imperialismo Britânico, goela abaixo: “God Bless The Queen” :
Que Deus proteja a Rainha !
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