Exonerado, ex-diretor do Dnit diz avaliar convites de empresas
O ex-diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, afirmou ontem que recebeu propostas de trabalho de empresas privadas, principalmente no setor de hidrovias.
Pagot afirmou, ainda, que não irá cumprir a "quarentena" imposta a servidores públicos porque tem que pagar suas contas.
Ele foi exonerado na última segunda-feira após acusações de que recebia propina de empreiteiros.
O decreto nº 4.187/2002 prevê que ocupantes de cargos chamados de DAS-6, entre outros, ficam impedidos de exercer atividades ou de prestar qualquer serviço no setor de sua atuação por um período de quatro meses, contados da exoneração.
Quem descumprir a norma pode sofrer uma advertência, o que pode prejudicar seu retorno ao serviço público. O Dnit disse que não comentaria o assunto.
"Isso [fazer quarentena] não tem nada a ver, até porque não tem nada decidido no governo. Se você olhar o que está aprovado para o PAC de 2011/2014 é a mesmice da hidrovia do Tietê-Paraná e tem alguma coisa do Madeira-Amazonas, não tem nenhum projeto ousado, nada novo", afirmou Pagot.
Ele negou que tenha dado consultoria para empresas enquanto estava no governo, embora tenha afirmado que na segunda-feira -mesmo dia em que entregou o cargo- já negociava um emprego no setor privado. Ele diz que foi procurado por grupos de Mato Grosso e do Rio Grande do Sul.
Sobre sua saída do Dnit, Pagot disse que "desmanchou nichos" que estavam "enclausurados" no órgão e que as pessoas atingidas trabalharam para que ele saísse do cargo. "Obviamente preferiam que continuasse o nicho", disse.
Pagot disse que não identificaria esse grupo, que definiu como apartidário, e recomendou à imprensa que acompanhe mais de perto os órgãos formuladores de políticas para o setor de transportes, numa referência ao Ministério dos Transportes.
Ele também se negou a fazer comentários sobre o atual ministro da pasta, Paulo Sérgio Passos, por "questões de foro íntimo".
Passos assumiu o cargo após a saída do ex-ministro Alfredo Nascimento, no início de julho.
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