quarta-feira, 27 de julho de 2011

Radicalismo islamico: Taleban reivindica assassinato de prefeito afegão

Taleban reivindica assassinato de prefeito afegão
O grupo islâmico radical Taleban reivindicou nesta quarta-feira o ataque suicida que matou o prefeito de Candahar, maior cidade do sul do Afeganistão e histórico reduto dos insurgentes.

O assassinato ocorre apenas 15 dias depois da morte do irmão do presidente afegão, Ahmed Wali Karzai, uma figura de grande poder em Candahar.

"O prefeito Ghulam Haidar Hameedi morreu em um atentado suicida realizado por um de nossos fedayines [combatente preparado para se imolar] em Candahar", disse o porta-voz taleban Qari Yosuf Ahmadi, que qualificou o prefeito como um "objetivo militar de grande interesse".

O porta-voz do governador provincial, Zalmai Ayubi, disse que o terrorista detonou a carga explosiva que levava enquanto Hamidi estava reunido com algumas famílias.

"Parece que o agressor carregava a bomba no turbante", disse Ayoubi. A explosão deixou ainda um civil ferido.

Hamidi discutia sobre a demolição das casas das famílias. De acordo com as testemunhas, Hameedi havia ordenado a demolição afirmando que elas haviam sido construídas ilegalmente em terrenos que não pertenciam aos moradores. Um pai, que estava presente no encontro, disse que seus dois filhos morreram na demolição.

Nascido em 1947, Hameedi viveu durante muitos anos nos Estados Unidos e voltou ao Afeganistão em 2006. O presidente Hamid Karzai, de quem era muito próximo, o nomeou então para a Prefeitura de Kandahar.

VIOLÊNCIA

Candahar é considerada o berço e centro espiritual do movimento insurgente taleban e é cenário de frequentes atentados e de outros incidentes violentos.

Embora tenha presença em todo o território, os insurgentes são especialmente ativos na região sudeste do país, onde predomina a etnia pashtun, a dos talebans.

Hameedi é a segunda autoridade local morta em duas semanas na região.

Em 12 de julho, Ahmed Wali Karzai, irmão do presidente Hamid Karzai, for morto a tiros por um de seus guarda-costas. O Talaben reivindicou a ação.

Em 15 de abril, o chefe da polícia local, Jan Mohamed Mujahid, foi assassinado por um dos seus guarda-costas, que detonou bombas presas ao seu próprio corpo dentro do quartel-general da polícia.

Meses antes, em 29 de janeiro, um homem-bomba em uma moto matou o governador da província, Abdul Latif Ashna.

O próprio Hameedi já havia escapado em março de 2009 da explosão de uma bomba quando passava de carro por uma rua em Candahar.

Seu vice, Noor Ahmad Nazari, foi morto a tiros em outubro de 2010, assim como Azizulah Ziarmal, seu antecessor, seis meses antes.

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