Damasco, Síria. O presidente sírio, Bashar al-Assad, substituiu o ministro da Defesa ontem, informou a TV estatal. Habib foi substituído devido a problemas de saúde. A troca do general Daoud Rajha por Ali Habib é anunciada em meio à escalada de violência no país e no momento em que aumenta a pressão internacional contra o regime do ditador, que já enfrenta sanções da União Europeia e a resolução de condenação da ONU. Ontem, o rei saudita Abdullah II exigiu o fim do derramamento de sangue e convocou o retorno do embaixador em Damasco. O mesmo fizeram os governos de Kuwait e Bahrein. Foi a mais dura crítica da Arábia Saudita contra qualquer país árabe desde que os levantes pró-democracia na região começaram a se espalhar pelo Oriente Médio e pelo Norte da África, em janeiro deste ano, derrubando governos autocráticos na Tunísia e no Egito, incitando uma guerra civil na Líbia e abalando elites enraizadas na região. Novos conflitos. Grupos de direitos humanos chamaram a atenção, ontem, para a invasão de uma nova cidade no norte do país, Massaret Al-Numan. Segundo testemunhas, o local está cercado por tropas do governo, que bloqueiam o acesso da população. O Comitê de Coordenação Locais da Síria informou que o Exército está usando tanques blindados e artilharia pesada na região. Em Deir el-Zour, a repressão violenta continua. O morador Mohammad disse à Reuters por telefone que ao menos 65 pessoas foram mortas desde que tanques e veículos armados entraram na capital da província, a 400 kmnordeste de Damasco, no domingo. Segundo líderes da oposição, eletricidade, água e comunicações continuam cortadas e detenções de cidadãos seguem em frente. A repressão aconteceu uma semana depois que tanques invadiram Hama, onde mais de 135 civis foram mortos. Cairo, Egito. A maior autoridade no Islã sunita, o grande imã da Universidade de Al-Azhar, o xeque Ahmed al-Tayeb, condenou a repressão política na Síria, a qual chamou de "tragédia", e pediu o fim imediato da violência do governo do presidente Bashar Assad. Al-Tayeb acredita que a situação foi muito longe e saiu do controle. "Al-Azhar foi paciente durante um longo tempo e evitou falar sobre a situação na Síria, por causa da natureza sensível da questão, mas a situação foi muito longe e não existe outra solução, a não ser colocar um ponto final", disse.
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