segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Soledade paga piso

As denúncias de corrupção no Dnit, que abalaram o Ministério dos Transportes em julho, não contaminaram a imagem da presidente Dilma Rousseff. Provavelmente por ter afastado toda a cúpula do Dnit, Dilma conseguiu ultrapassar essa maré com praticamente os mesmos índices de avaliação dos levantamentos anteriores. Pesquisa do Datafolha feita entre os dias 2 e 5 de agosto e divulgada no fim de semana pela Folha de S.Paulo mostra que o governo de Dilma é considerado bom ou ótimo por 48% dos entrevistados. Esse índice era de 47% em março de 49% em junho. Oscilou, portanto, dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A nota atribuída ao governo de Dilma também se manteve estável: era de 6,9 em março, foi a 6,8 em julho e agora está em 6,7. A presidente não teve tempo de comemorar o bom resultado na pesquisa: a revista Veja do fim de semana veio com mais uma reportagem arrasadora para o governo, desta vez envolvendo o Ministério da Agricultura, comandado pelo peemedebista Wagner Rossi. Como consequência imediata, caiu no fim de semana o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan, acusado de exigir propina para a renovação de um contrato com uma gráfica. A reportagem mostra o livre trânsito do lobista Júlio Fróes no Ministério da Agricultura e deixa em péssima situação não apenas o demitido Ortolan, mas o próprio Rossi, fustigado em outra reportagem, desta vez da Folha de S.Paulo, por ter transformado a pasta em um cabide de empregos de apadrinhados políticos. As novas denúncias devem tornar mais tenso o depoimento de Rossi no Senado, previsto para quarta-feira. Se ele não conseguir convencer de que está limpo, Dilma pode ser forçada a pedir que o ministro saia antes que seja “saído” para não comprometer a imagem do governo. Uma passeata contra o aumento do número de vereadores de 17 para 23 movimentou o centro de Caxias do Sul na tarde de sábado. Apitos, vuvuzelas e narizes de palhaço foram entregues aos cerca de 250 participantes. Durante a caminhada, os manifestantes portaram cartazes com frases como “17 já são o bastante”, “+ 6 vereadores ou + educação, + saúde, + segurança?” e “Chega de financiar aqueles que não te dão ouvidos”. Em dois momentos da caminhada, o engenheiro metalúrgico Douglas Demori, um dos organizadores do ato, leu os nomes dos vereadores que apoiam o aumento. Os manifestantes vaiaram cada um dos nomes. Gritos de “Vergonha!” e “Mais segurança, menos vereadores” também marcaram o protesto. O vereador Daniel Guerra (PSDB) também participou da caminhada. Juntamente com Rodrigo Beltrão (PT) e Harty Moisés Paese (PDT), Guerra votou contra o aumentou de parlamentares em primeiro turno da votação, no dia 28 de julho. O segundo turno está marcado para amanhã. Dilma se consagraria se tivesse coragem de acabar com os cabides de emprego que vicejam nos ministérios. Até o final de agosto ou início de setembro, a Câmara de Pelotas deve aprovar a mudança na Lei Orgânica, aumentando de 15 para 23 o número de vereadores. Como não existe uma reação forte dos eleitores, o vereador Ivan Duarte ficou sozinho contra o aumento do número de cadeiras. Em artigo que está dando o que falar, Duarte contesta a tese de que o aumento do número de vereadores garante maior representatividade. Lembra que, hoje, Pelotas tem apenas uma mulher na Câmara e nenhum afrodescendente. Dos 10 vereadores de Montenegro, nove subscreveram proposta de emenda à Lei Orgânica aumentando para 13 o número de cadeiras. A única voz discordante foi do vereador Roberto Braatz (PDT). Braatz discorda do argumento de que o aumento de três cadeiras garantirá maior representatividade: – Quantidade não é sinônimo de qualidade. A única certeza é de que haverá aumento de despesas. Só a mobilização da população pode impedir que as Câmaras de dezenas de cidades gaúchas mudem a lei até o início de outubro para aumentar o número de vereadores. A permanência de Pedro Bertolucci no comando do PP vai depender basicamente de duas pessoas: dele mesmo e da senadora Ana Amélia Lemos, que até aqui mantém o apoio ao ex-prefeito de Gramado. A queda do secretário executivo do Ministério da Agricultura não é suficiente para estancar a crise provocada pelas novas denúncias de tráfico de influência e pagamento de propina a funcionários envolvidos em licitações. Durante reunião do PMDB em Rio Grande, no fim de semana, o prefeito Fábio Branco foi lançado para concorrer à reeleição. Se for bem-sucedido, será o quinto mandato da família Branco, que administra o município desde 1997. A dinastia começou com Wilson Branco, que morreu no final de 2000. Seguiu com Fábio, seu sobrinho, sucedido por Janir Branco, filho de Wilson. Fábio voltou em 2008 e agora deve disputar o terceiro mandato. A partir deste mês, nenhum professor de Soledade receberá menos que o piso nacional para 40 horas de trabalho. O prefeito Gelson Cainelli diz que a prefeitura vai fazer um esforço excepcional para pagar o piso, já que a folha do magistério terá um acréscimo de 30%. Uma das consequências, segundo o prefeito, será rever os gastos com transporte escolar. Em 2012, o município só transportará os estudantes do Ensino Médio se o Estado oferecer remuneração adequada. O presidente da Assembleia, Adão Villaverde (PT), foi prestigiar o anúncio da Escola de Samba Estado Maior da Restinga, de que escolheu o vinho como tema do seu enredo no próximo Carnaval, e acabou intimado a sambar com uma das mulatas. Não se fez de rogado: meio desajeitado, de paletó sobre a camiseta, dançou com a moça, devidamente fantasiada.

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