segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Tanques sírios seguem com ataques, e rei saudita condena violência
O presidente Bashar al-Assad estendeu o ataque com tanques na principal região sunita tribal da Síria nesta segunda-feira (8), disseram moradores, intensificando a repressão contra manifestantes. A resposta dura do governo incitou até uma extraordinária condenação do rei saudita, alertando o líder sírio a adotar reformas ou correr o risco de derrota. O rei Abdullah, líder absoluto, rompeu o silêncio árabe depois da mais sangrenta semana nos cinco meses de insurgência pedindo mais liberdade na Síria, exigindo o fim do derramamento de sangue e convocando o retorno do embaixador saudita de Damasco. Foi a mais dura crítica da gigante do petróleo contra qualquer país árabe desde que uma onda pró-democracia começou a se espalhar pelo Oriente Médio em janeiro, derrubando governos autocráticos na Tunísia e no Egito, incitando uma guerra civil na Líbia e abalando elites enraizadas em toda a região. 'O que está acontecendo na Síria não é aceitável para a Arábia Saudita', disse Abdullah em um comunicado escrito divulgado pela televisão 'Al Arabiya'. 'A Síria deveria pensar de forma sensata antes que seja muito tarde e emitir e instaurar reformas que não sejam meramente promessas, mas reformas de fato', disse. 'Ou (o país) escolhe a sabedoria por conta própria ou será arrastado para as profundezas da confusão e da perda.' O comunicado foi divulgado depois de mensagens semelhantes emitidas desde sábado pela Liga Árabe e o Conselho de Cooperação do Golfo. A crítica veio no momento em que tanques e tropas sírias tomavam a cidade sunita de Deir al-Zon, na mais recente etapa da campanha para reprimir centros de protesto contra 41 anos de governo da família Assad e o domínio da comunidade minoritária Alawite. O morador Mohammad disse à agência de notícias Reuters por telefone que ao menos 65 pessoas foram mortas desde que tanques e veículos armados entraram na capital da província, a 400 quilômetros nordeste de Damasco, no domingo. A repressão aconteceu uma semana depois que tanques invadiram Hama, onde centenas foram mortos na semana passada.
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