terça-feira, 26 de julho de 2011

Fome e miseria: Quênia vai precisar de maior ajuda contra a fome, diz ONU

O número de quenianos que precisarão de ajuda humanitária e alimentos aumentará para 3,5 milhões até setembro, informou a Organização das Nações Unidas nesta terça-feira, enquanto autoridades europeias alertaram que tais crises voltarão a acontecer se não houver investimento em esforços de prevenção. Cerca de 11,6 milhões de pessoas estão passando fome no "triângulo da morte" que assola o Quênia, a Somália e a Etiópia, sendo que algumas das áreas atingidas pela fome estão localizadas em regiões controladas por rebeldes no sul da Somália, aumentando a pressão sobre doadores por uma resposta à crise. "Os distritos mais afetados estão no norte e nordeste do Quênia, onde a insegurança alimentar deve atingir níveis de crise em agosto e setembro", disse Aeneas Chuma, coordenador humanitário da ONU no Quênia, em coletiva de imprensa após uma avaliação das áreas atingidas pelas secas. O Quênia, onde cerca de 2,4 milhões de pessoas estão passando fome, declarou a seca como um desastre nacional no final de maio, enquanto a ONU classificou a situação no país, maior economia do leste da África, como uma emergência, um nível antes do estágio de fome. O Programa Mundial de Alimentos da ONU disse que atualmente estava fornecendo 1,7 milhão de pessoas com assistência humanitária, enquanto o governo estava ajudando outras 800 mil pessoas. O departamento humanitário da ONU disse que seu pedido por 605 milhões de dólares para o Quênia recebeu apenas 52 por cento do financiamento, e 13,5 milhões de dólares em fundos de emergência da ONU seriam emitidos nesta terça-feira. As secas são recorrentes na região, e são cada vez mais severas devido às mudanças climáticas. As soluções são conhecidas entre especialistas em desenvolvimento, como o investimento em barragens para armazenar água das chuvas e a redução de rebanhos animais quando houver previsão de poucas chuvas. "Precisamos investir muito mais nos países que estão vulneráveis às secas", disse a Comissária Europeia para a Cooperação Internacional, Ajuda Humanitária e Resposta a Crises, Kristalina Georgieva. "Secas virão repetidas vezes." Por um custo de 20 dólares, é dez vezes mais barato identificar e tratar de crianças que estão em risco de subnutrição antes de atingirem o estado crítico do que pagar por cuidados terapêuticos para salvar suas vidas. "Se com esta seca pudermos chegar ao compromisso de observar os fatores estruturais de longo prazo ¿ se tivermos coragem suficiente de discutir o crescimento populacional, se tivermos coragem para conversar sobre a adaptação às mudanças climáticas ¿ então as pessoas que estão morrendo não morrerão por nada." Segundo a ONU, o déficit estimado de alimentos para os próximos seis meses era de 103 mil toneladas, no valor de 91 milhões de dólares, dados que poderão aumentar com uma avaliação mas detalhada em agosto.

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