Preocupação é com modernização de equipamentos e também soldos
Para além de ideologias ou afinidade com os quartéis, o que os militares esperam do ministro Celso Amorim é poder de influência. O ministro terá o apoio da caserna se demonstrar força na condução dos temas de interesse das três Armas junto à presidente da República. A análise resume o que interlocutores e representantes da classe disseram ontem, um dia após a queda de Jobim.
A provável posição de Amorim sobre temas como a Comissão da Verdade e o relacionamento com o Irã e a Venezuela causa discreta inquietação nos quartéis. Mas o que pesará, de fato, para marcar o tipo de relacionamento que o ex-ministro das Relações Exteriores terá com as Forças Armadas será a sua capacidade de brigar por melhores soldos e equipamentos de ponta para a tropa (submarinos nucleares, caças de última geração, blindados modernos, radares e etc).
Tradicional interlocutor das insatisfações militares, o Clube Militar evitou as questões políticas mais polêmicas ao analisar a substituição. O general da reserva Clóvis Purper Bandeira, presidente em exercício da instituição, preferiu lembrar que, hoje, de acordo com o Ministério do Planejamento, as Forças Armadas ocupam o último lugar na lista de categorias funcionais por rendimento médio per capta (R$4.464 mensais, enquanto os funcionários do Ministério Público Federal, com R$19.500, encabeçam a relação).
- O importante, seja ele quem for, é ter um bom relacionamento com quem decide. Caso contrário, não terá como garantir os recursos que as Forças Armadas precisam. Embora sua relação com os militares não seja grande, Amorim pertence à equipe do governo desde a gestão de Lula - avalia o general.
Chico Otávio e Tatiana Farah
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