quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Câmara vota hoje mais recursos para saúde e possível nova CPMF

Mais impostos e tributos para mensaloes e mensaleiros?

O plenário da Câmara dos Deputados agendou para esta quarta-feira o término da análise da regulamentação da chamada Emenda 29, uma votação que, em tese, poderá garantir que Estados e municípios ampliem o valor de seus investimentos em saúde e obrigar que os contribuintes tenham de arcar com mais um imposto.
Promulgada em setembro de 2000, a Emenda Constitucional 29 determinou que os governos federal e estadual e as prefeituras devem reservar parte de seus orçamentos para gastos na área da saúde. Estabeleceu também que uma lei complementar iria definir quanto deveria ser reservado por cada ente federativo e o que poderia ser classificado como investimento no setor.
Com o problema posto, o Senado decidiu, em votação, que os Estados e municípios brasileiros deveriam investir, respectivamente, 12% e 15% de suas receitas correntes em saúde. Para a União, com a criação do Piso Nacional de Saúde, a obrigação de investimentos seria, no mínimo, o orçamento do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) nominal.
A regulamentação da Emenda 29 ainda estabeleceu detalhadamente que tipo de gastos poderia ser inserido na rubrica da saúde. A intenção é evitar que governos maquiem seus orçamentos e aleguem que estão investindo adequadamente no setor. Atualmente os Executivos nos Estados chegam a incluir como investimento em saúde, por exemplo, despesas com restaurantes populares, merenda escolar e programas regionais de transferência de renda.
Em junho de 2008, o plenário da Câmara aprovou o texto-base da regulamentação da Emenda 29, incluindo a polêmica criação da Contribuição Social para a Saúde (CCS), um novo tributo que substituiria a extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Na época, o oposicionista Democratas (DEM) apresentou um pedido para votar, em separado, a eliminação do trecho que define a base de cálculo do imposto. É essa votação específica que será apreciada pelos parlamentares nesta quarta-feira.
Sem o mecanismo que fixaria os critérios para a cobrança de uma alíquota de 0,1% da CSS, o imposto, ainda que criado, não tem como ser cobrado dos contribuintes.
De volta ao Senado
Após ser votada na Câmara nesta quarta, a regulamentação da Emenda 29 ainda precisará ser aprovada pelos senadores. Como o texto é originalmente do Senado, a esta Casa não cabe promover qualquer tipo de modificação no conteúdo da proposta. Aos senadores, as opções serão apenas de confirmar as alterações feitas pela Câmara, como a criação do novo imposto, ou rejeitá-las por completo.
Por acordo, o Senado estima que deverá manter o teor do texto aprovado definitivamente na Câmara, que promete eliminar o trecho que dá os parâmetros da cobrança da CSS. Se confirmada a tendência, o resultado é que nem será viabilizada a cobrança de um novo imposto, nem irá se garantir, com uma fonte de recursos específica, mais dinheiro para investimentos em saúde.
Para a criação da nova CPMF com recursos destinados exclusivamente à saúde, o Congresso precisará, em um outro momento, apreciar um novo projeto sobre o tema.

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