Missa em homenagem à Patricia Acioli aconteceu na igreja da Candelária, centro do Rio
Foto: Alessandro Buzas/Futura Press
A família da juíza Patrícia Acioli, morta há um mês na entrada da casa onde morava, em Niterói, disse crer que os assassinos não se restringem aos três policiais militares apontados nesta segunda-feira pelo titular da Divisão de Homicídios da Polícia Civil fluminense, delegado Felipe Ettore. Durante missa em memória à magistrada, ocorrida no começo da noite na Igreja da Candelária, no Rio, os parentes exibiram faixas que pediam uma "faxina" na Polícia Militar.
A irmã da juíza, Márcia, disse que a família tem convicção de que os matadores não agiram sozinhos e sem o conhecimento de hierarquias superiores. "Eu quero quem mandou. Não quero peixe pequeno. Esses três são o início do trabalho. Porque quem pega a arma é uma coisa. Quem manda é outra. Eu quero saber quem mandou matar minha irmã. Quem deu essa ordem", afirmou.
O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, disse que os três nomes apontados são apenas o início do processo, que requer a formação de provas mais robustas para a condenação. "Eles são a primeira etapa de um calvário. Eu sei o que é convencer sete jurados sem uma testemunha ocular, sem uma prova mais concreta, baseando-se apenas em indícios. Ainda não é o final, mais diligências precisam ser feitas. O inquérito não está concluído", afirmou.
A AMB lançou um manifesto pela segurança dos magistrados. Calandra pretende entregar na terça-feira ao vice-presidente da República, Michel Temer, uma cópia do documento. Ele vai pedir ainda uma audiência com a presidente Dilma Rousseff.
No próximo dia 21, está prevista uma passeata em Brasília. Segundo o presidente da AMB, são esperados cerca de 2 mil juízes e promotores de todo o País. O objetivo é sensibilizar deputados e senadores a votarem reformas no Código de Processo Penal e no Código Penal, diminuindo as instâncias de recursos e agilizando a condenação de réus julgados culpados.
Juíza estava em "lista negra" de criminosos
A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.
Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.
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