terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ideli cobra explicações; oposição quer ação contra Novais

A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT), evitou nesta terça-feira sair em defesa do colega de ministério Pedro Novais, chefe do Turismo, e disse que cabe a ele explicar as suspeitas de que sua governanta foi paga com salário da Câmara dos Deputados, onde ela era lotada como secretária parlamentar. Deputado licenciado, Novais demitiu a funcionária quando virou ministro, mas atuou para que ela fosse contratada como recepcionista por uma empresa terceirizada do Ministério do Turismo - de acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo.
"Isso é uma explicação que cabe a ele. Eu não acho nada. O comportamento da presidente com relação a questões relacionadas a seus ministros tem sido sempre o mesmo: preste todas os esclarecimentos, tenha responsabilidade, tome todas as providências. É o mesmo (entendimento), idêntico para todos os ministros e todas as situações", disse a ministra.
Para os partidos de oposição, no entanto, o caso deve ser levado ao Conselho de Ética da Câmara - uma vez que o atual ministro era deputado quando pagava a governanta - e à procuradoria-geral da República (PGR) para que seja investigado. "Quem está patrocinando a permanência do ministro Pedro Novais no Turismo? Essas costas quentes têm de ser reveladas. O ministro tem que sair imediatamente. Já devia ter saído há muito tempo. Não devia nem ter sido nomeado. Ele nem pede demissão nem o governo tem coragem de demitir", disse o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), que disse que o partido avalia como atuar diante das suspeitas contra o ministro, se no Conselho de Ética, na PGR ou em ambos.
Um dos principais aliados de Pedro Novais na Câmara, o líder do PMDB na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN), também disse que o ministro deve explicações, mas afirmou que ele continua "firme e forte" no cargo. "Ele continua ministro, está ministro realizando seu trabalho. Que eu saiba está (firme e forte) continuando com o seu trabalho como ministro do Turismo. Não sei de nenhum fato novo que venha a mudar esse roteiro. Como disse a ministra Ideli, cabe a ele dar as explicações. A posição do partido é muito clara. Qualquer dúvida que exista contra comportamento de qualquer ministro ou não ministro que ocupe um cargo em nome do PMDB, o responsável vai ter sempre que dar explicações satisfatórias à sociedade brasileira", disse o parlamentar. "Tem que explicar logo não, ontem", disse ele.
O líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), também defendeu a investigação do caso. "Essas coisas têm que ser apuradas. Não sei se era governanta, ou como era. Esse assunto não pode ser colocado como mais uma denúncia", afirmou.

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