A inércia e o pouco caso da Assembleia Legislativa de São Paulo, que transformou em pizza o escândalo da venda de emendas parlamentares, não vão contaminar a investigação do Ministério Público Estadual, afirmou o promotor de Justiça Carlos Cardoso. "A decisão dos deputados não atinge minha apuração, de jeito nenhum. Em nada afeta ou altera o propósito do Ministério Público de tentar esclarecer os fatos", disse. Nesta quinta-feira, 82 dias depois de o deputado Roque Barbiere (PTB) denunciar que entre 25% e 30% de seus pares "enriquecem bem vendendo emendas a empreiteiras e prefeitos", o promotor tomará o primeiro depoimento nos autos do inquérito que conduz - o deputado Major Olímpio (PDT), que aponta importante testemunha da trama, Terezinha Barbosa. Ela afirma conhecer "artifícios criminosos" de parlamentares. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Carlos Cardoso integra os quadros da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, braço do Ministério Público que ataca corrupção e improbidade. Com 23 anos de experiência, ele reconhece que está diante de um "grande desafio", mas afirma que sua investigação "vai até o fim". Ele espera que os deputados e envolvidos a depor colaborem com o andamento do processo, mas antecipa que "se não colaborarem vamos esgotar nossas condições legais para apurar os fatos. Vamos chamar todos os parlamentares citados até aqui, inclusive Bruno Covas (PSDB) e José Bruno (ex-deputado)".
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