JOSÉ GUILHERME CAMARGO
Direto de Belo Horizonte
O Ministério Público de Minas Gerais e a Polícia Militar cumpriram, na tarde desta terça-feira, mandados de busca e apreensão de documentos e computadores para apurar um suposto esquema de pagamento de propinas a vereadores para a aprovação de projetos de lei de interesse do poder Executivo em Caratinga, região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais.
Os alvos das investigações do MP foram o prefeito da cidade, João Bosco Pessini Gonçalves, cinco vereadores, uma secretária municipal, um ex-secretário de Desenvolvimento Urbano e um ex-chefe de gabinete do prefeito. De acordo com o promotor de Justiça Daniel Sá Rodrigues, a suspeita é de que os vereadores recebiam entre R$ 15 mil e R$ 20 mil mensais para aprovar projetos de interesse do prefeito.
"A denúncia é essa, eles recebiam uma mesada, uma propina mensal para defender os interesse do executivo. Como se fosse um mensalão", definiu Rodrigues. Durante a operação, foram apreendidos 15 computadores, documentos, R$ 30 mil em espécie e R$ 250 mil em cheques, além de duas armas - um revólver calibre 38 e uma carabina - e munição.
A 2ª Promotoria de Justiça de Caratinga, o Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público (Gepp) e o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Combate ao Crime Organizado (Caocrimo), órgãos do MP-MG, cumpriram 18 mandados de busca e apreensão em parceria com a Polícia Militar. Segundo o promotor, o material apreendido será analisado para que se possa definir a origem do "salário" extra dos parlamentares.
"Esperemos conseguir, a partir do resultado das buscas, o valor de quanto foi gasto com o esquema. Vamos apurar se ele desviava de recurso público ou de uma pessoa ligada a ele. Vamos concluir de acordo com a perícia", disse Rodrigues. As investigações começaram depois da veiculação de um vídeo com imagens que denunciam o suposto pagamento de propina aos suspeitos. O MP vai aguardar a perícia técnica em documentos para, depois, ouvir os suspeitos.
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