segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

UE confirma embargo ao petróleo do Irã


Os diplomatas dos 27 países que formam a União Europeia concordaram nesta segunda-feira (23) em colocar em prática um embargo às importações de petróleo do Irã, uma medida que amplia significativamente a pressão contra o programa nuclear iraniano e que deve elevar a tensão em todo o Oriente Médio. Além de confirmar o embargo, os países europeus decidiram seguir os passos dos Estados Unidos e congelar uma série de bens e ativos do Banco Central do Irã. Ainda nesta segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia assinarão o pacto de forma oficial.

Ao chegar ao encontro, realizado na sede da UE em Bruxelas (Bélgica), a chefe da diplomacia europeia, a britânica Catherine Ashton, afirmou que a intenção é fazer com que o Irã volte para a mesa de negociações e abra seu programa nuclear para observadores estrangeiros. Segundo a BBC, o ministro do Exterior do Reino Unido, William Hague, também afirmou que o embargo tem fins pacíficos.

“A pressão das sanções tem o objetivo de tentar e garantir que o Irã encare seriamente nosso pedido para voltar à mesa de negociações”, disse Ashton. Ela afirmou que as potências mundiais ainda precisam receber uma resposta a uma oferta feita ao Irã em outubro para que novas conversas fossem realizadas. William Hague disse, ao chegar ao encontro, que as medidas eram uma forma importante de elevar “a legítima e pacífica pressão sobre o governo iraniano para que entre em negociações significativas com a comunidade internacional”.
Enquanto os líderes europeus afirmam que as medidas têm cunho pacífico, no Irã as medidas são vistas como potencial declaração de hostilidade. Países da UE compram cerca de 20% de toda a produção de petróleo do Irã e, com as novas sanções, ficará ainda mais difícil para Teerã encontrar novos compradores para seu óleo. Não há dúvidas de que o embargo terá um impacto enorme nas receitas de petróleo iranianas, que são fundamentais para garantir a estabilidade do regime religioso hoje comandado pelo aiatolá Ali Khamenei.

Diante das ameaças do embargo, diversos líderes militares do Irã falaram abertamente em fechar o Estreito de Ormuz, uma rota estratégica no Golfo Pérsico por onde passa boa parte da produção de petróleo mundial. Imediatamente, os Estados Unidos, cuja 5ª Frota Naval é baseada no Bahrein, responderam afirmando que o bloqueio naval “não seria tolerado” e realizando a travessia do Estreito.

Uma prova de que o Ocidente tem um plano de contingência militar para as sanções classificadas como pacíficas é o fato de que, também nesta segunda-feira, o porta-aviões americano USS Abraham Lincoln cruzou o Estreito de Ormuz, acompanhado de uma fragata britânica e um navio de guerra francês.

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