sábado, 28 de janeiro de 2012

VIAGEM HISTÓRICA REFLEXIVA PELO MOVIMENTO MILITAR de 31 de março de 1964

Não estamos sós. As palavras admiráveis do jovem advogado PEDRO JORGE MEDEIROS É A DEMONSTRAÇÃO DE QUE A VERDADE VENCE!
GRUPO GUARARAPES AGRADECE! VITÓRIA É A VERDADE!

Sempre fui inquieto, principalmente diante das questões sociais, e esta inquietude se exacerbava quando ouvia dizer que os militares tomaram de assalto o poder em março de 64, que se tornaram cruéis ditadores, que mataram, que torturaram milhares de pessoas... Procurei estudar e conversar com vários personagens que de uma forma ou de outra vivenciaram esse período da história de nosso país, para saber realmente o que ocorreu no final de março de 1964. Entretanto, o que me impulsionou a escrever esse artigo, foi observar, o que ocorreu com um grande empresário que se tornou famoso no ramo de televisão, quando estava passando por sérios problemas financeiros, e surgiu em sua rede televisiva a novela ‘’Amor e Revolução’’, onde os militares são vistos como crápulas, matadores de indefessos e os que estão no poder hoje em dia são tratados como verdadeiros “santos”. Isso me fez refletir a afirmação de Nelson Rodrigues: “toda unanimidade é burra”, e aqui procuro relatar os fatos ocorridos naqueles anos.

A temperatura política já fervia desde o suicídio de Getúlio Vargas em agosto de 1954. Após alguns problemas enfrentados, o governo de JK chegou ao final sem muitos sobressaltos, entretanto a situação voltou a ficar quente com a renúncia de Jânio Quadros. O vice-presidente João Goulart, herdeiro político de Getúlio, gerava desconfiança no cenário político da época. E como já temos em nossas raízes latina, o que aqui chamamos de “um jeitinho”; Jango voltou da China, e assumiu como Presidente em um regime Parlamentarista.

Em novembro de 1961 o Deputado pernambucano Francisco Julião, esteve em Cuba com Fidel Castro, se aconselhando com o ditador cubano para uma possível instalação do comunismo no Brasil, e para cá voltou com um lema muito divulgado na época “reforma agrária na Lei ou na marra’’.

Com a queda de um avião da Varig no Peru, em 1962, ficou cristalina o apoio de Cuba a guerrilha no Brasil, pois, foram encontrados documentos que relatavam os óbices que existiam para organizar uma guerrilha por aqui.

Pouco depois, através de um plebiscito realizado em janeiro de 1963, Jango consegue retornar ao regime presidencialista com uma larga margem de votos.

No mesmo ano, Leonel Brizola foi ao congresso procurar apoio para realizar o que ele costumeiramente chamava de reformas de base, que na sua concepção tinham principalmente, a reforma agrária e a estatização das companhias de petróleo; contudo, não obtendo apoio nas casas legislativas para modificar o ordenamento jurídico da época, procurou mobilizar sindicatos e bases militares, para conseguir seu intento.

A efervescência política era muito grande, Jango mostrava que não tinha um pulso forte para determinar apuração de escândalos de corrupção que estavam emergindo no seu governo, extremistas de ambos os lados se armavam para defender seus pontos de vista e procuravam nutrir suas crenças defendendo com fervor seus objetivos.



Em junho de 1963, o Ministro da Guerra, General Amaury Kruel foi demitido, alguns setores das Forças Armadas, reagiram a esta demissão. Naquela ocasião o governo poderia ter caído, entretanto, Kruel considerou sua exoneração feito estrito de competência do Presidente da República, um ato que manteve o império da legalidade democrática resguardado.

A oficialidade estava em crise, em menos de 2 anos Jango mudou o Ministro da Guerra quatro vezes, ato impensável em uma ordem democrática. Brizola, que comandava os operários da Frente de Mobilização Popular, propagava que a tradicional estrutura das Forças Armadas estavam para ruir, existia uma subversão de baixo para cima.

Quando setembro chegou, mais precisamente no dia 13, os sargentos e cabos fizeram um levante em Brasília, protestando contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral – TSE de torná-los inelegíveis. Os amotinados chegaram a ocupar o Ministério da Marinha e os prédios da Rádio Nacional de da Companhia Telefônica, cortando as comunicações em Brasília. O levante foi derrotado em poucas horas, mas a ferida já estava dilacerada e no seio da oficialidade o sinal amarelo acendeu.

No dia 4 de outubro, o Presidente se reuniu com alguns oficiais e decidiu que o Corpo de Pára-quedistas deveria prender o Governador da Guanabara Carlos Lacerda e posteriormente o governo decretaria estado de sítio. Entretanto a ordem não foi cumprida, Jango, alguns anos depois falou que havia percebido que tinha sido deposto naquele dia, pois acionou o botão de comando e a força não o obedecera.

A preocupação dentro das Forças Armadas era constante, Jango, com o apoio de esquerdistas promovia Coronéis ligados à causa, tornando-os conhecidos como ‘’Generais do Povo’’, em contrapartida, os coronéis ligados ao alto comando do exército estimulavam aos Generais: Olímpio de Mourão Filho, Peri Bevilaqua, Justino Alves e Costa e Silva, a iniciarem uma conspiração. Não havia entretanto, clima favorável a alguma ação militar, e esses coronéis, entre os quais João Figueiredo, chegaram a conclusão que existia apenas um militar com credenciais para liderar uma possível conspiração e contar com o apoio dos generais, no caso o cearense Castello Branco, a maioria dos oficiais tinha consolidado suas posições nos bancos da Escola Superior de Guerra.

O ano de 1964, começava com muitos problemas e preocupações, na área econômica o país estava em crise, a inflação batia recordes jamais vistos, as greves estouravam a todo instante, os sindicatos comandavam o governo, os escândalos de corrupção eram manchetes diárias; para piorar a situação em 17 de Janeiro, o líder comunista Luiz Carlos Prestes esteve em Moscou em companhia de Mikhail Suslov, e ambos se encontraram com Nikita Krusschev. Nesse famoso encontro Prestes afirmou categoricamente: “Se a reação levantar a cabeça, nós a cortaremos de imediato’’.

A sociedade civil estava em polvorosa, preocupados com Brizola, que em seus muitos discursos defendia ações radicais, inclusive excitando a população a aderir à luta armada, através do grupo dos 11, onde seria formado vários pequenos exércitos de guerrilheiros com a intenção de instalar no Brasil uma ditadura comunista, de acordo com vários documentos foi inclusive, descoberta uma cartilha que orientava as pessoas a reunir armas “de espingardas de carga dos camponeses até revólveres, pistolas e metralhadoras’’, pedia também para usar mulheres e crianças como escudos humanos, e mandava executar os reféns sem compaixão.

No dia 13 de Março, o Presidente João Goulart, faz um comício na Central do Brasil no Rio de Janeiro, pregando a necessidade das reformas de base, e anuncia que havia assinado um decreto que encampava todas as refinarias de petróleo particulares e desapropriava terras as margens de rodovias para a reforma agrária, falou também que o povo estava acima da Constituição e que a mesma deveria ser reformada imediatamente. No mesmo local Brizola e Miguel Arraes sugeriram como ‘’solução pacífica’’ o fechamento do congresso, e a criação de uma assembléia constituinte formada por “camponeses, operários e sargentos’’.

A situação se complicava, parlamentares de oposição buscavam apoio nas Forças Armadas, inclusive propondo mudar o Congresso Nacional para Belo Horizonte, Rio de Janeiro ou São Paulo, caso a esquerda radical viesse a dar um golpe e fechá-lo. Castello Branco afirmou que a única forma de salvar as Casas Legislativas seria sua manutenção em Brasília.

A oposição se mobilizava, a Igreja Católica organizou uma passeata contra Jango, no dia 19 de Março, no centro de São Paulo, onde estiveram presentes cerca de quinhentas mil pessoas, foi a famosa: “Marcha da Família com Deus pela Liberdade’’. A classe média estava apavorada com o avanço das esquerdas.

Em 23 de Março, cerca de mil marinheiros e suboficiais se reuniram na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, no Rio de Janeiro, para comemorar o aniversário da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais, considerada ilegal pela Marinha. O Ministro Sílvio Mota, ordenou que um destacamento de fuzileiros esvaziasse o local e prendesse os organizadores, mas muitos fuzileiros acabaram aderindo à rebelião, entretanto, a mesma foi controlada.

O Almirante Sílvio Mota, foi demitido no dia 25 de março e o novo Ministro o Almirante Paulo Mário, que tinha sido escolhido em uma lista tríplice oferecida pela CGT, mandou soltar os revoltosos, todos foram anistiados, ninguém seria punido. Esses atos caíram como uma bomba no colo da oficialidade. O Princípio da disciplina, o mais importante da hierarquia militar, tinha sido atingido quase que mortalmente.

Na segunda feira, dia 30 de março, Jango discursou para cerca de dois mil sargentos no Automóvel Clube do Rio de Janeiro, não em tom de conciliação como sua assessoria havia previsto, discursou de improviso e inflamado com a presença dos suboficiais falou novamente na famosas reformas de base. No mesmo instante em Minas Gerais o General Olimpio de Mourão Filho já iniciava sua marcha para a Guanabara.

O Jornal Correio da Manhã, que apoiava Jango, publicou no seu editorial de 31 de Março, ‘’BASTA!!!! FORA!!! O Brasil já sofreu demais com o governo atual. Agora, basta!’’

Jango foi à Brasília tentar organizar uma resistência, porém os quartéis já estavam rebelados, não obteve o apoio necessário, foi ao Rio Grande do Sul, seu reduto político, onde poderia ter sido preso, entretanto os oficiais deixaram o Presidente deposto partir para o exílio no Uruguai.

Bilac Pinto junto com Francisco Campos e Carlos Medeiros da Silva, deram um viés constitucional ao Movimento Militar, que perdeu a característica dos golpes habituais, transformando-se numa ação revolucionária na medida em que gerou direitos e reformou a constituição.

No período que antecedeu o Movimento Militar a esquerda estava se armando e a direita bem mais organizada, comandada por Adhemar de Barros, que armava mais tropas para-militares de direita como, a PAB, que estava fortemente armada e a própria polícia de São Paulo, que era uma espécie de milícia de Adhemar.

Os militares, durante o movimento que derrubou João Goulart e que durou 55horas, conseguiram a proeza de evitar uma guerra civil, ao custo de uma única morte, ou seja, de um cel. da FAB, envolvido em conflitos pessoais com o brig. Wanderley Lavanéri, em Porto Alegre.

Na realidade, os militares desmontaram a máquina comunista e colocaram focinheira nos direitistas, criando a Inspetoria Geral das Polícias Militares, submetendo-a ao comando do exército. Vivíamos, na época uma nervosa guerra fria, onde duas grandes potências mundiais, os Estados Unidos e a União Soviética lutavam para aumentar sua área de atuação.

Só para fazermos um exercício de raciocínio, imaginemos uma guerra civil no Brasil em plena guerra fria, onde se expandiria um festival de “bondades’’, com americanos e soviéticos armando direitistas e comunistas a um custo talvez de milhões de mortos. O famoso guerrilheiro Carlos Marighella, falou em uma entrevista que “o Brasil seria um novo Vietnã’’.

No período de 1964 á 1968 ocorreram muitas cassações, inclusive de Adhemar de Barros e Carlos Lacerda que apoiaram o movimento, entretanto, nesse período os presos tinham direito a advogados, e o Congresso votava as leis. Ocorreram inúmeros casos de terror, vários atentados, inclusive no Aeroporto dos Guararapes em Recife, com quatro mortos e dezessete feridos, tendo neste atentado, como alvo o Presidente Costa e Silva.

Ocorreram também mais de cem assaltos a bancos por organizações terroristas, entre elas a Guerrilha da Serra de Caparáo. Em 1968, o terrorismo e os sequestros se intensificaram, levando a morte do estudante: Orlando Lovecchio Filho, 22 anos, por uma bomba colocada pelo comunista Sérgio Ferro e seus colegas.

Mesmo como regime de exceção os militares nesse período realizaram eleições diretas para 11 governadores de estado, tendo, a oposição vencido na Guanabara com Negrão de Lima e em Minas Gerais com Israel Pinheiro.

Em 13 de dezembro de 1968, foi decretado o Ato Institucional 5 –AI 5, iniciando na minha concepção a ditadura propriamente dita, muito embora, os militares não souberam, ou não tiveram o interesse em inocular na mente da juventude e da população em geral a ideologia do poder. Disciplinas escolares criadas para esse fim, como Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil, eram ministradas nas diversas escolas por professores ligados a causa esquerdista, as novelas, ‘’febre’’ popular no momento, eram escritas principalmente por Janet Clair e Dias Gomes, ambos comunistas declarados. Com a inoperância da propaganda governista e o gramicismo importado pelos comunistas, começaram a gerar no imaginário popular o MILITAR como inimigo público nº 1.

Como consequências do regime militar, podemos destacar os 400 mortos de um lado e 150 do outro, além de diversos atos de tortura, os quais condenamos veementemente. Entretanto sem desconsiderar o valor da vida humana, e os grandes efeitos de uma perca desta dimensão para a sociedade como um todo, não podemos evitar a comparação com regimes de cessão de direita como a Argentina, onde 30 mil pessoas foram mortas, ou de esquerda, como em Cuba, na China, na União Soviética e no Camboja, onde os mortos passaram das casas dos milhões. Vale também ressaltar que o Brasil, neste período, viveu o “milagre econômico” e cresceu a uma taxa de 15% a 18% ao ano, saindo do 42º lugar da economia para o 8º e tirando milhões de brasileiros da pobreza extrema.



Pedro Jorge Medeiros
p.jorgemedeiros@gmail.com
O BRASIL COMEÇA A MUDAR:

A SAIDA DO PRESIDENTE DA PETROBRÁS;

A MÃO FIRME DO GENERAL FRAXE;

O DOCUMENTO DO COMANDANTE DO EXÉRCITO EM DEFESA DOS VELHOS REFORMADOS E PENSIONISTAS SÃO SINAIS DE QUE HÁ UMA PEQUENA LUZ NO FIM DO TÚNEL.

BRASIL ACIMA DE TUDO! VERDADE! VIVA A VERDADE!

GRUPO GUARARAPES

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