quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
THE BATTLE OF THE RIO TIETÊ
(Em honra aos bravos marinheiros ingleses e alemães da “Batalha do Rio da Prata* )
Ralph J. Hofmann
O fim do concurso de escolas de samba parece nos indicar uma forma mais econômica e inovadora para o carnaval.
Algo como as lutas entre dragões que assistimos anos atrás por ocasião das Olimpíadas de Seoul. Os combates entre dragões gigantes são parte do folclore coreano. Cada cor de dragão tem seus adeptos e os imensos dragões, com centenas de pessoas dentro da fantasia se enfrentam na arena.
Os eventos de ontem em São Paulo sugerem que o mero desfile na modalidade atual não serve mais para a catarse do povo.
Originalmente o carnaval era uma festa em que as ruas se enchiam de foliões cantando e dançando espontaneamente, colocando para fora todas as neuroses e frustrações do ano.
Depois apareceram as Escolas de Samba. Algo como ir a uma boate ou casa noturna para ver casais fazerem sexo sem participar.
Depois criaram os concursos e os peritos em julgar escolas de samba.
A seguir surgiram as homenagens a grandes vultos do passado.
Depois as homenagens a vultos não tão grandes mas ao menos poderosos e ainda vivos. O carnaval tornara-se um veículo de pressão política.
E finalmente surgiu a violência.
A minha sugestão é criar mais um critério de pontuação. Finda a atual apuração secreta da pontuação das escolas de samba ela é lacrada pela Price & Waterhouse ou outra qualquer para ser aberta no sábado.
A seguir a Marginal do Tietê é isolada de forma a permitir que uma torcida possa assistir combates entre torcedores de diferentes escolas de samba para decidir quem ganha a pontuação relativa a “Violência, Maldade e Perversidade”.
Vale usar coquetéis molotov, mas não são permitidas facas de mola, armas de fogo, correntes, correias de bicicleta ou garrotes.
Haveria uma ala especial, a dos kung-fus, karatecas e judocas, que teriam espaço especial.
O SAMU manteria certo número de ambulâncias à disposição, mas os socorristas apenas atenderiam feridos que fossem trazidos até eles.
No segundo ano a Prefeitura de São Paulo providenciaria um enorme Coliseu estilizado.
Niemeyer não seria convidado para este projeto.
(*) A batalha do Rio da Prata ocorreu quando após uma longa perseguição em alto mar o cruzador de bolso Graf Spee se refugiou no porto de Montevidéu após longo combate em alto mar quando o maior alcance de seus canhões mantinha os inimigos à distância. Mesmo assim um navio inglês, sofrendo grandes baixas se aproximara o suficiente para causar danos ao Graaf Spee. A solução foi entrar em Montevidéu que era um porto neutro com simpatias pela Inglaterra.
Os ingleses colocaram uma força tarefa na saída do Rio da Prata. Assim que o Graf Spee metesse o nariz para fora seria afundado. Pelas leis de guerra ou o navio seria entregue à tutela dos uruguaios e ficaria fora de combate até o fim da guerra ou o navio teria de zarpar em certo número de dias.
Finalmente o Graaf Spee seguiu viagem, mas chegando à foz o comandante desceu sua tripulação aos escaleres e afundou o navio propositalmente perecendo com o navio.
Tudo isto ocorreu com o povo de Montevidéu apinhado na “rambla” a beira mar para assistir a raridade que se esperava, um combate naval visto da praia.
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