Os inspetores nucleares da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) reiteraram nesta quarta-feira, no retorno a Viena, após missão de dois dias no Irã, que não conseguiram alcançar nenhum acordo com as autoridades de Teerã para esclarecer dúvidas sobre seu polêmico programa atômico.
"Fizemos a viagem com espírito construtivo, mas infelizmente não chegamos a nenhum acordo", afirmou aos jornalistas no aeroporto de Viena Herman Naeckerts, diretor-adjunto de salvaguardas da AIEA. "Tivemos dois dias de debates em Teerã, tentamos chegar a um acordo sobre como seguir adiante para resolver assuntos pendentes. Em particular discutimos as supostas dimensões militares do programa (nuclear). Tentamos ter acesso a uma instalação que é relevante para nossa investigação", afirmou o inspetor chefe da missão no Irã.
Naeckerts garantiu que informará em detalhes sobre a missão ao diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, sobre o que ocorreu na missão fracassada no Irã. As declarações chegaram horas depois de a AIEA reconhecer em comunicado o fracasso da missão especial no Irã, onde não conseguiram avançar nos pontos pendentes da investigação sobre o polêmico programa nuclear iraniano.
Após dois dias de negociações em Teerã, os inspetores da AIEA não tiveram autorização para visitar a instalação militar de Parchin e esclarecer as possíveis dimensões militares do programa atômico da República Islâmica, conforme nota emitida em Viena.
a primeira e segunda rodada de debates, a AIEA pediu acesso à instalação militar de Parchin, onde os inspetores suspeitam que haja atividades relacionadas ao possível programa nuclear militar. A nota indica que os especialistas da AIEA "fizeram intensivos esforços" para acordar um documento que esclareça "assuntos não resolvidos em relação ao programa nuclear iraniano, em particular os relacionados com as possíveis dimensões militares".
"Infelizmente, não alcançamos nenhum acordo sobre o documento", assinala o comunicado, publicado no site da agência nuclear. No documento, o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, definiu como "decepcionante o fato de o Irã não ter aceitado o pedido de visitar Parchin. "Nós negociamos com espírito construtivo, mas não alcançamos nenhum acordo", conclui o funcionário japonês, quem deve emitir nesta semana novo relatório sobre a investigação do programa nuclear do Irã.
O fracasso da missão da AIEA ocorre em um momento de crescente tensão na disputa sobre o programa nuclear iraniano e as ameaças diretas e indiretas de Israel sobre possível ataque aéreo contra as instalações atômicas desse país.
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