O ex-secretário geral da ONU Kofi Annan disse neste domingo estar otimista depois da segunda rodada de negociações de paz com o presidente sírio Bashar al-Assad, mas reconheceu que será difícil atingir um acordo que ponha fim ao derramamento de sangue.
"Será difícil, mas nós temos que ter esperanças", afirmou Annan a repórteres em Damasco. "Eu sou otimista por diversas razões", disse ele, citando um desejo geral por paz na Síria. Um porta-voz da ONU havia afirmado, pouco antes, que os dois retomaram as negociações no palácio presidencial. Ele não deu detalhes, mas afirmou que Annan deveria seguir para o Qatar ao fim da reunião.
Enviado conjunto da ONU e da Liga Árabe, Annan aparentemente conseguiu pouco progresso no sábado, em um encontro "franco e abrangente" com Assad, enquanto o presidente culpa "terroristas" que buscam desestabilizar a Síria pelo derramamento de sangue no país. A agência de notícias estatal síria SANA afirmou que Assad disse a Annan que iria ajudar em "qualquer tentativa honesta de encontrar uma solução" para o conflito de um ano que tem custado milhares de vidas. Mas não há sinais de que Assad teria aceitado as propostas de Annan para um cessar-fogo, para o acesso da ajuda humanitária, a libertação dos detidos e um diálogo político. Os sírios que participam de uma revolta popular contra Assad afirmam que não pode haver diálogo significativo com um líder que tem infligido tamanha violência e sofrimento em seu próprio povo.
Annan se encontrou também com líderes religiosos sírios, incluindo o mufti, a autoridade muçulmana sunita, e o patriarca ortodoxo cristão grego, no domingo, antes de se reunir com Assad novamente.
A missão de Annan coincidiu com uma ofensiva militar síria contra redutos da oposição no noroeste. Três soldados e um civil foram mortos em combates na vila de Janoudiya na província de Idlib na manhã de domingo, segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos. O diretor residente na Grã-Bretanha Rami Abdulrahman disse que a região de Idlib estava mais calma após ataque com tanques no sábado, o que sugere que rebeldes tiveram que se retirar ou decidiram não enfrentar o exército, que lançou ofensiva ano no noroeste depois de dominar redutos insurgentes na cidade de Homs, na semana passada.
O Observatório afirmou que 39 civis, incluindo 25 na província de Idlib, foram mortos no sábado, junto com 39 rebeldes e 20 soldados do governo, somando 98 mortos.
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