Gen Paulo Chagas
Caros amigos
Há quase um mês, o Clube Militar (CM) tornou público o “Manifesto Interclubes”, o qual foi retirado logo em seguida do site do Clube por decisão de seu Presidente, após ouvir argumentação do Comandante do Exército, reafirmando no entanto o conteúdo da mensagem, o que, sem poder ser considerado como uma vitória, marcou “ponto” a favor das posições do Clube.
Diante das notícias de que a atitude do Presidente do CM se dera por imposição de autoridades do governo, um novo manifesto, foi colocado no ar por militares da reserva, ratificando o conteúdo do primeiro e enfatizando seu direito e dos Clubes Militares de tornarem públicas suas posições e opiniões.
Nada mais justo, legítimo e, sobretudo, democrático!
Com certeza, o debate do assunto no âmbito do Ministério da Defesa e com os Comandantes de Forças, particularmente com o do Exército e suas assessorias mais próximas, trouxe conhecimento novo e sensato ao cabedal do que cabe aos novos integrantes da cadeia de comando das FA conhecer e respeitar.
O bom senso e a submissão ao legal e democrático “direito de opinião” prevaleceram e as mensagens contidas nos dois manifestos foram recebidas e assimiladas por seus destinatários, gostando eles ou não!
A precipitada avaliação dos fatos e a ameaça de punição, embora paradoxal e tornada inócua pela análise e pela razão, permitiu, por outro lado, avaliar e comprovar o poder de aglutinação e difusão da internet, haja vista o número de cidadãos, militares e civis, que colocaram e continuam a colocar seus nomes na lista de apoio às mensagens.
Cabe agora, após o êxito da ação, reorganizar e consolidar, como manda a sábia doutrina militar, e evitar qualquer atitude menos estudada ou imprudente que venha a comprometer o efeito positivo dos manifestos que, por conta da legitimidade de seus propósitos, continuarão a produzir seus bons resultados e, principalmente, a aglutinar adeptos por si próprios, ainda por muito tempo.
O sucesso deve, portanto, ser explorado com inteligência e serenidade, sem arrogância ou arrebatamento, impedindo qualquer retrocesso ou mau uso do direito ora provado e reconhecido, de forma a não dar razão ou motivo para que os que conosco não ombreiam possam empanar o brilho e a evidência dos argumentos e dos bons propósitos dos signatários do “Alerta à Nação”.
É o que penso.
PChagas
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