terça-feira, 13 de março de 2012

Irmão pede que Rafael Correa se liberte de "quadrilha do mal"

Fabricio Correa, irmão do presidente equatoriano, Rafael Correa, mostrou-se preocupado com o futuro do mandatário ao criticá-lo em entrevista publicada pelo jornal uruguaio El País nesta terça-feira. Assumindo os ares de irmão mais velho, o possível adversário de Rafael nas eleições de 2013 pediu que o chefe de Estado equatoriano "se liberte da quadrilha que o está levando para o caminho do mal". Mesmo dizendo que "jamais iria contra seu irmão", Fabricio afirmou que em seu país as pessoas "vivem com temor" e que "muitos se calam por medo".
A relação entre os dois irmãos se deteriorou desde que o presidente mandou cortar os contratos públicos com as empresas vinculadas ao irmão. Os documentos, no valor de US$ 167 milhões, previam entre outro serviços a construção de estradas no país. No entanto, os veículos de comunicação locais passaram a investigar o caráter dos acordos após suspeitas de propina. Além disso, uma lei aprovada pelo próprio governo proíbe familiares de altos funcionários a firmarem contratos com o Estado.
Fabricio Correa explicou que começou a enfrentar problemas depois que uma das empresa em que ele está vinculado comercialmente, e que ganhou licitações para a criação de rodovias, se negou a entregar uma propina no valor de US$ 1,5 milhão. "Algumas empresas como Aplitec e Helptec, nais quais sou sócio ao lado de minha mãe, seguem trabalhando em obras públicas porque é absolutamente lícito. Tudo é legalizado", assegurou.
Rivalidade em família
Fabricio confirmou ao diário uruguaio que será candidato da oposição nas eleições presidenciais de 2013, quando o atual presidente tentará a reeleição. Na semana passada, o futuro candidato inscreveu o seu partido - denominado Equidade, Progresso e Ordem (Equipo, na sigla em espanhol) -, no Conselho Nacional Eleitoral (CNE). "Me tornei um líder porque não tenho rabo de palha e não tenho medo", afirmou.
Segundo ele, "o Equador vive um regime de temor no qual se você não têm pecados, alguém irá inventar". "Comigo não puderam. Me converti na voz dos que se calam por medo", disparou. O mais velho dos Correa manifestou também o seu desejo de tirar o Equador da série B, com a companhia de Colômbia, Venezuela, Nicarágua, Cuba, Irã e Paquistão. "Levaremos o país à série A, onde estão Inglaterra, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Rússia e Brasil", disse.
Até o momento, os incritos no CNE são o Movimento Popular Democrático (MPD), de esquerda e opositor; a Sociedade Patriótica, do ex-presidente Lucio Gutiérrez, outro possível candidato; o Movimento Creo, também opositor; o Partido Roldosista Equatoriano, do ex-presidente Abdalá Bucaram; e o Movimento Aliança País, de Rafael Correa. O conselho ainda está verificando as firmas apresentadas pelo Movimento Indígena Pachakutik e logo depois deve avaliar a inscrição de Fabricio Correa.

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