domingo, 4 de março de 2012

Saude caos total: Sem leitos, única maternidade de alto risco de AL recusa gestantes

A única maternidade de alto risco de Alagoas passou o sábado superlotada, com 12 gestantes a mais, leitos improvisados e grávidas em trabalho de parto espalhadas pelos corredores. A maternidade Santa Mônica, mantida pelo governo do Estado, recusou gestantes como a que deu à luz um bebê dentro de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), na porta da unidade hospitalar.
"Todas as maternidades estavam lotadas. Tive que voltar para cá, o menino estava nascendo dentro do meu carro, implorei, pedi: 'médica, parteira!' Ninguém saiu da Santa Mônica. Precisou uma ambulância vir aqui, fazer o parto e, depois, ela (a grávida) foi lá para dentro", disse o técnico em Telecomunicações - e, agora, pai - Júlio Feitosa.
Com a maternidade superlotada, muitas mulheres ficaram do lado de fora da instituição. A triagem virou local de internação por falta de espaço. Lílian Bezerra estava na maca desde sexta-feira, com um bebê morto no ventre. "Estou esperando porque dizem que não posso operar aqui", disse.
A Santa Mônica tem capacidade para 70 leitos e 82 gestantes internadas em risco considerado alto ou médio. Seis delas foram transferidas na tarde deste sábado para a maternidade Denilma Bulhões, no bairro do Benedito Bentes, parte alta da capital alagoana, mas a Santa Mônica ainda recusa novas gestantes.
Em abril do ano passado, a lotação esgotada nas UTIs neonatais nas maternidades públicas de Alagoas, que chegou a hospitais particulares, levou o defensor público Ricardo Melro a recomendar que as gestantes deixassem o Estado para ter os filhos em outros hospitais. A medida, que ele próprio considerou "extrema", era para evitar o registro de mortes ou complicações no parto. No ano passado, o risco de epidemia de meningite fechou a Santa Mônica por três dias. Há sete anos um projeto de ampliação da Santa Mônica aguarda sair do papel.

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