O Conselho de Ética do Senado deixou em aberto a necessidade dos depoimentos dos procuradores da República Daniel de Rezende Salgado e Léa Batista de Oliveira, co-responsáveis pela operação Monte Carlo, no processo disciplinar contra o senador Demóstenes Torres.
Na noite de ontem, os procuradores enviaram um ofício à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira pedindo o adiamento de seus depoimentos, marcados inicialmente para esta quinta-feira, para depois de 31 de maio.
Segundo os procuradores, nesse dia haverá audiência na 11ª Vara Federal de Goiânia relativa ao processo movido contra o bicheiro Carlinhos Cachoeira, originário das investigações da operação Monte Carlo. Dessa forma, caso depusessem na CPI ou no Conselho de Ética, estariam impedidos de prosseguir atuando na causa.
Diante do problema jurídico que criaria ao caso, o senador Humberto Costa acabou sugerindo a dispensa dos depoimentos. O relator já havia confidenciado que gostaria de finalizar a parte dos depoimentos ainda em maio, para se dedicar à produção do relatório em junho. ¿A vinda dos procuradores faria com que os prazos que estabelecemos fossem ultrapassados com risco¿, justificou o senador.
O relator acrescentou que não vê prejuízo ao processo contra Demóstenes com a ausência do depoimento dos procuradores. ¿Os dados prestados pelos procuradores, bem como os autos que chegaram encaminhados pelo Supremo Tribunal Federal, nos dão plena possibilidade de elaborar um relatório final bem embasado e em condições de ser votado por esse conselho e pelo plenário do Senado¿, disse Humberto Costa.
O presidente do Conselho, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), tentou propor uma votação sobre a necessidade ou não da manutenção dos depoimentos, ainda que sem uma data marcada. Após ouvir a opinião de integrantes do conselho, acabou desistindo.
¿Dispensar hoje seria uma temeridade já que eles se ofereceram para vir depor¿, justificou Valadares, mesmo acrescentando que será difícil conseguir uma brecha no cronograma da comissão após o fim dos depoimentos da defesa e o início das oitivas da acusação.
Na próxima terça-feira será a vez de o Conselho de Ética ouvir o advogado goiano Ruy Cruvinel, convocado pela defesa de Demóstenes. No dia 23 é esperado o depoimento de Carlinhos Cachoeira e, no dia 28, o de Demóstenes Torres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário