quarta-feira, 16 de maio de 2012

Greves paralisam Campinas

Os motoristas e cobradores de ônibus de Campinas entraram em greve por aumento salarial à zero hora desta quarta-feira. A falta do serviço vai prejudicar cerca de 615 mil passageiros que são transportados diariamente em 202 linhas.

A categoria é formada por 5 mil funcionários que pedem 15% de reajuste nos salários e no vale-alimentação, além de maior participação nos lucros da empresa. O piso salarial do motorista é de R$ 1.630. O piso do cobrador é de R$ 716.

Ontem, os funcionários da VB Transportes, uma das cinco empresas concessionárias da cidade, se desentenderam com sindicalistas e não retiraram os ônibus da garagem, afetando 160 mil passageiros. Houve um principio de tumulto, a Polícia Militar foi chamada e a empresa anunciou a demissão de 12 funcionários no final da tarde.

No começo da noite, o Tribunal Regional do Trabalho (15ª Região) determinou que os grevistas destinassem 70% da frota nas ruas no período de pico: 7h às 9h e das 17h às 19 h. Para os demais horários, o contingente deve ser de 50%. O descumprimento está sujeito à cobrança de uma multa de R$ 20 mil por dia ao Sindicato do Transporte Rodoviário de Campinas e Região.

A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas montou um esquema especial nas ruas para garantir maior fluidez ao trânsito e minimizar os transtornos à população. Os terminais rodoviários permaneceram fechados enquanto durar a greve. A entidade vai remanejar a frota do transporte alternativo e, caso necessário, criará um comboio de ônibus com escolta da Guarda Municipal e PM.

Prefeitura em greve
Os servidores da prefeitura rejeitaram a contra proposta de 5,39% de aumento oferecida pela Secretaria de Recursos Humanos e decidiram continuar a greve iniciada no sábado. Os funcionários públicos pedem 13,18% de reajuste, que inclui os 8% das perdas acumuladas em anos anteriores.

Nesta segunda e terça-feira, mesmo com chuva e temperaturas baixas, os servidores se concentraram nas escadarias do Palácio dos Jequitibás, sede da prefeitura. No protesto, eles usaram carro de som, estenderam faixas e saíram em passeata pelas ruas do centro da cidade.

Segundo a prefeitura, a adesão à paralisação é de 28%, sendo que o setor mais afetado é o da educação, com 64% de interrupção nos serviços. Em nota, o governo municipal informou que está impedido de oferecer maior índice de reajuste porque 2012 é um ano eleitoral.

De acordo com a administração, 5,39% refere-se ao Índice do Custo de Vida (IVC) do Diesse, nos últimos 12 meses. Se aplicado aos vencimentos, o piso da categoria ficaria em R$ 1.075,79, e o auxílio-alimentação passaria dos R$ 480 para R$ 505. "Oferecemos o limite do que nos permite a Lei Eleitoral, que é clara ao afirmar que em ano eleitoral o reajuste não pode ser superior ao índice da inflação", argumentou o secretário de Recursos Humanos, Nilson Balbo.

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