Nesta sessão, após a recitação do Corão e a interpretação do hino nacional, os deputados, dos quais estavam presentes 262 de 290, juraram seus cargos e se designou uma mesa de idade para dirigir a Câmara até a escolha de seu presidente e vogais do Conselho de Governo.
O diretor do Escritório do aiatolá Mohamadi Golpayegani, leu a mensagem de Khamenei, no qual pediu aos deputados que cumpram seus "compromissos com o todo-poderoso" e que deixem de lado seus interesses particulares em sua atuação na Câmara.
Com a eleição deste novo legislativo, que o líder considera "um pilar" do sistema para os próximos quatro anos, "a nação iraniana manda uma mensagem firme ao mundo (...) de sua vontade de vencer a animosidade dos inimigos e construir um sistema único baseado na Revolução Islâmica" .
O presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, que também se dirigiu à Câmara, assegurou aos novos deputados que "o povo iraniano é o melhor na história e no mundo" e que, tanto o Executivo como o Legislativo da República Islâmica, foram "escolhidos para servir ao povo".
Ahmadinejad, que há pelo menos dois anos perdeu o respaldo do Parlamento anterior e que previsivelmente terá dificuldades com o novo, manifestou seu desejo de que não aconteçam interferências entre os poderes do Estado: "Não é correta nem a ingerência do Executivo no Legislativo nem o contrário", disse o governante.
"Não é conveniente se meter no trabalho dos demais", acrescentou Ahmadinejad, defendendo que "todos têm a mesma missão e elas são complementares", em uma aparente tentativa de atrair os deputados.
A característica mais destacada da nova Câmara é que 196 cadeiras, mais de dois terços dos 290, serão ocupadas por deputados que nunca tiveram um posto parlamentar e podem surpreender com suas posturas, já que cada um é eleito de maneira independente, sem estar submetido a disciplina de grupo.
No entanto, sua inscrição prévia permite encaixar quase 80% nas fileiras dos ultraconservadores "principalistas", agrupados ao redor de Khamenei e que enfrentam o entorno de Ahmadinejad, a quem tacham de desviacionista, de pôr em dúvida a primazia religiosa no sistema, de irregularidades e corrupção.
Após o ato na Câmara, os deputados e presentes ao ato tinham previsto ir ao mausoléu do aiatolá Ruhola Khomeini, fundador da República Islâmica após o triunfo da Revolução que derrubou o xá Mohammed Reza Palevi em 1979, para fazer uma homenagem a sua memória.
Em uma sessão posterior, se deve designar o presidente desta legislatura, para o qual são principais candidatos Gholam Ali Haddad Adel, deputado mais votado em Teerã, e o atual chefe do Parlamento, Ali Larijani, também próximo ao líder e com enorme influência no setor "principalista" do regime.
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