Ralph J. Hofmann
Nos anos 70 um dia ouvi meu pai tecer considerações quanto à dificuldade de evitar erros involuntários na administração dos setores de recursos humanos no Brasil.
Comentava que trabalhara na Alemanha, Suíça, França e África do Sul no período entre 1926 e 1948.
Normalmente em qualquer destes países tinha na sua mesa uma compilação de normas e atitudes (“Vade Mecum”) de cento e vinte páginas. Respeitando o conteúdo deste estava pouco exposto a causas trabalhistas.
Evidentemente mundo ficou mais complicado depois disto. Na sua ânsia de parecer evitar qualquer injustiça potencial todos os países criaram um lodaçal legal caro de administrar e onde é quase impossível eliminar infrações involuntárias.
Contudo uma coisa chama atenção. No Brasil, já nos anos 50, cento e vinte páginas não comportavam tudo que um administrador de pessoa; precisava saber. A legislação toda tinha de ser consultada. Uma indústria com 300 ou 400 operários precisava manter sob contrato permanente um advogado especializado.
Acabo de receber uma brilhante síntese da decadência do bom senso no mundo:
Teorema de Pitágoras - 24 palavras
O Pai Nosso - 66 palavras
Princípio de Arquimedes - 67 palavras
10 Mandamentos - 179 palavras
Discurso de Lincoln em Gettysburg - 286 palavras
Declaração de Independência dos Estados Unidos - 1300 palavras
Constituição dos Estados Unidos com suas 27 emendas - 7.8l8 palavras
Norma da União Européia sobre comercialização de repolho – 26.911 palavras
Acho que isto merece uma canção. Os Tremeloes disseram tudo com a canção “O silêncio é de ouro” / “Silence is Golden”:
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