sexta-feira, 29 de junho de 2012

Sabedoria e prudencia: Senador uruguaio descarta ingresso da Venezuela em meio à crise

Alberto Courier Curiel, senador do Uruguai presente à Cúpula do Mercosul que se realiza em Mendoza, no oeste da Argentina, acredita que entre as decisões a serem tomadas nesta sexta-feira pelos chefes de Estado não deve constar a promoção da Venezuela, atualmente Estado-associado, ao status de membro pleno. A crise do impeachment de Lugo abriu espaço maior à candidatura venezuelana. O parlamentar uruguaio, no entanto, justamente descarta que, neste ambiente de incerteza em Assunção, Caracas deva ingressar de forma plena na organização.
"O Paraguai segue no Mercosul. Não foi expulso. Há uma suspensão por tempo determinado. Enquanto isso ocorrer, não tenho nenhuma dúvida que será muito difícil a Venezuela ingressar com todas as bases institucionais neste momento", disse. "Enquanto não se resolver o tema do Paraguai, não creio que a Venezuela possa ingressar definitivamente no Mercosul", afirmou Curiel, presente a seminários realizados por ocasião da Cúpula.
Curiel também acredita, seguindo os caminhos indicados pelos chanceleres do Brasil, Antonio Patriota, e da Argentina, Héctor TImerman, que o Mercosul deva optar pela manutenção da suspensão do Paraguai. "Creio que amanhã (sexta-feira) se dará a suspensão do Paraguai", oficialmente suspenso até o apagar das luzes da cúpula. "No julgamento de Lugo, se sente que as acusações não têm fundamento. (...) Chama profundamente a atenção um julgamento tão sumário", disse, em referência ao processo-relâmpago que, em pouco mais de 24 horas, abriu e aprovou o impeachment do presidente paraguaio eleito democraticamente em 2008.
Perguntado se a ausência de representantes paraguaios não torna a decisão a ser tomada no Mercosul limitada, uma vez que não dá aos líderes de Assunção a chance de se defenderem oficialmente, Curiel garantiu que os críticos de Lugo foram devidamente ouvidos. "Se você suspende alguém, não tem por que trazê-lo aqui. Isso, todavia, não quer dizer que não tenhamos tido conversas informais com os representantes do Paraguai", afirmou. "O que se sente com a cultura política de cada país é que é imprescindível que a democracia exista em todos os países e que se use a cláusula democrática para uma situação desta natureza", finalizou o senador.

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