Ralph J. Hofmann
A justiça na cidade de Colônia acaba de proibir a circuncisão em todo o país alegando representar perigo de vida. Uma decisão estranha no Brasil há entre 150 mil e duzentos mil judeus, e, pelo menos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, não sei de um único caso em que a circuncisão tenha colocado em risco a vida de uma criança os médicos e os “mohel” (espécie de rabino especializado em circuncisão) tem conhecimentos milenares e sabem como fazer ou se é necessário protelar isto.
Não acho que a justiça de Colônia tenha feito isto por uma questão de ódio racial ou religioso. Até nova informação eu acho que foi meramente uma nova manifestação do “estado babá” que tem a petulância de achar que sabe melhor de nossas vidas do que nós mesmos e acaba invadindo coisas de forro íntimo, como uma cerimônia que representa um elo entre representantes de um povo, algo como a câmara de vereadores de uma cidade da Inglaterra que proibiu as centenarias floreiras nas fachadas das casas, pois alguma poderia cair na cabeça de um transeunte, apesar de não haver um só registro deste tipo de ocorrência.
A decisão de Colônia não afeta apenas os judeus. Atinge também os islâmicos que também circuncidam seus filhos. Outrossim, afronta as estatísticas de saúde feminina. Todos os estudos indicam que as mulheres de judeus tem muito menos incidência de câncer uterino e HPV, provavelmente pela facilidade maior de higiene do homem.
De qualquer forma o Ministro das Relações Exteriores da Alemanha Guido Westerwelle declarou: "A circuncisão legal não pode deixar dúvidas. O exercício livre da religião é protegido pela constituição da Alemanha que inclui as tradições religiosas como a circuncisão."
Mas certamente é estranha a atitude dos magistrados de Colônia. Ainda bem que são colonienses. Não os confundam com “colonos” teuto-brasileiros, ítalo-brasileiros ou nipo-brasileiros, a boa gente que toca os melhores minifúndios do planeta.
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