O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) voltou à Tribuna do Senado na tarde desta terça-feira e, novamente diante de um Plenário esvaziado, repetiu que é inocente e também vítima de uma campanha que visa "atirar um parlamentar aos leões". O senador acusado de usar o mandato a favor dos negócios do bicheiro Carlinhos Cachoeira apelou aos colegas para um "cuidado com o produto das escutas" e argumentou que tecnologias de ponta foram usadas para incriminá-lo, enquanto que a condenação não usa nem mesmo técnicas de perícia ."Para me investigar ilegalmente, se utilizou tecnologia de ponta. Para me punir, estão sendo usados métodos medievais", reclamou.
Ontem, o senador também usou a Tribuna. Ele apelou por perdão e pediu desculpas aos colegas parlamentares por "algum constrangimento" e ainda prometeu "provar a verdade".
"O Senado certamente não se curvará a essa tática de campanha que sazonalmente escala um parlamentar como alvo e só sossega quando tem outro na mira", acusou, classificando de "técnica de moer parlamentar" as escutas promovidas por operações policiais.
Demóstenes insistiu em pedir perícia nos arquivos de áudios gravados pela Polícia Federal, alegando que tais documentos foram gravados, editados e montados de maneira a incriminar alvo específico. "Perícia não é uma modalidade de enrolação da defesa, (...) é uma ciência a serviço da Justiça".
Reclamando não ter recebido direto à defesa e ao contraditório, pediu prazo aos colegas parlamentares. "Reafirmo a todos os senhores e senhoras senadoras que sou inocente, (...) e quero tempo para provar isso", finalizou o senador goiano.
O parlamentar está sendo processado com base em denúncia do Psol que o acusa de ter trabalhado para o esquema montado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e corre o risco de perder o mandato. Cachoeira é acusado de explorar jogos ilegais e fraudar licitações e está preso.
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