O agente da Polícia Federal, Fábio Alvarez Shor, afirmou que integrantes da organização criminosa comandada por Carlinhos Cachoeira abordaram o agente Wilton Tapajós, assassinado na última semana em um cemitério de Brasília, durante as investigações da operação Monte Carlo. Fábio Alvarez Shor é a primeira testemunha a prestar depoimento nesta terça-feira, 24, nas audiências de instrução para o julgamento de Cachoeira e outros sete réus apontados como membros da organização.
“Tenho conhecimento de que ele foi abordado durante um trabalho de monitoramento na casa da Regina. Foi abordado por policiais militares e teve que inventar histórias que o dessem cobertura para preservar o trabalho”, afirmou o agente, que foi questionado pelos procuradores da República Léa Batista e Daniel Resende.Os advogados de defesa começaram agora a fazer perguntas para o agente.
Segundo as investigações, Sônia Regina era funcionária da prefeitura de Luziânia e “constantemente trocava informações sobre questões relacionadas à atividade criminosa e a escolha de servidores para o comando dos cargos policiais na região”. As transcrições revelam que ela operava no sistema para vetar ou fazer fluir informações oficiais sobre segurança para o grupo de Cachoeira no Entorno do DF.
O agente da PF afirma que o mesmo ocorreu durante missão em Anápolis, quando uma equipe da PF foi seguida por homens de Cachoeira.
Fábio negou ainda que a PF tenha usado ilegalmente os áudios da operação Monte Carlo. A defesa dos réus cobra esclarecimentos sobre o uso das senhas de acesso aos dados das operadoras telefônicas. Foi com base nesse argumento que os advogados tentaram suspender as audiências. "As senhas foram usadas para identificar os interlocutores e só para o interesse da investigação Monte Carlo", respondeu o agente da PF.
Durante o depoimento, advogados e procuradores discutiram sobre as perguntas. A defesa dos réus alegou que o Ministério Público Federal pediu "impressões pessoais" do agente e não dados concretos da investigação. O juiz Alderico Santos manteve as perguntas, cobrando que o agente citasse fatos obtidos na apuração que comprovassem seu depoimento. O magistrado acabou se irritando com as constantes intervenções do advogado Leonardo Gagno. "O senhor está tumultuando a audiência", reclamou Santos.
O agente disse que começou a trabalhar em 2010 a partir de um pedido do Ministério Público de Goiás para investigar casas de jogos ilegais no Entorno de Brasília. Questionado sobre seu papel nas investigações, Fábio afirmou que escutava os áudios autorizados pela Justiça e também realizava trabalhos de campo. Após a deflagração da operação, Fabio trabalhou na análise do material apreendido.
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