terça-feira, 3 de julho de 2012

OUVI DIZER QUE ...

Ralph J. Hofmann

Não há nada de mal em “ouvi dizer que ...” se você for um cidadão que arrisca sua própria reputação.

Como cronistas publicados, nós blogueiros temos uma obrigação de seriedade. Devemos “ouvir dizer” e ato contínuo devemos ligar o computador e tentar confirmar as informações.

Isto passou a ser importante, pois nossos leitores hoje esperam que desmistifiquemos discursos de políticos e artigos da imprensa chapa branca.

Aliás, a confirmação de informações na realidade é obrigação de qualquer tipo de repórter ou jornalista. Mesmo que não publique suas fontes, deve arquivar as mesmas.

Já os políticos crêem não ter nenhuma obrigação neste sentido. Aparentemente os autores de seus discursos também não.

Foi assim que uma senhora que não possui vontade de conhecer o passado nem curiosidade em geral, a ponto de não conseguir pesquisar para uma dissertação de curso de mestrado (exige paciência e pesquisa) nem tese de doutorado (idem), dirigindo-se esta semana a uma reunião de chefes de estado em Mendoza rosnou em alto e bom som:

“Há 140 anos não temos guerras no continente sul americano”.

Ah é Dona Dilma? Está aí uma opinião abalizada não é?

Não é!

No Brasil praticamente só se ensina o que se passa em umbigos brasileiros. Então a Dona Dilma colmo pertence à categoria dos destituídos de curiosidade (o que implica em falta de cultura, percepção histórica e mesmo base para a criatividade) pensa que a última guerra na América do Sul foi a Guerra da Tríplice Aliança entre 1964 e 1870.

Para ela não houve a Guerra do Pacífico entre 1879 e 1876 entre Peruanos Chilenos com coadjuvantes equatorianos e bolivianos, uma baita guerra com ações navais dignas de Batalha da Jutlândia (Alemanha vs. Inglaterra 1914-18), ações terrestres e desembarques como Gualdacanal (1939-45), conquistas da capital do inimigo e finalmente um armistício (pesquisem, pesquisem).

Também não houve a Guerra do Chaco ( 1932-35) entre a Bolívia e o Paraguay (Bolívia tendra su mar!) na busca Boliviana por um saída para o Atlântico. Esta guerra foi com carros de combate blindados, aviões de bombardeio e caça, canhões de grande calibre, ações de comando e o que mais se deseje inclusive generais alemães de aluguel.

Cabe lembrar que houve conflitos não qualificados como guerras. Houve a Guerra do Futebol entre Honduras e El Salvador em 1979, com 100 horas de combates. Não tinha

nada a ver com os jogos de classificação para a Copa do Mundo 1970 para a América do Norte exceto pelo fato de ocorrerem na mesma época. Movimentou tropas equipamento, houve mortos e feridos a lamentar e ocupação de territórios do adversário.

Mas isto não conta foi na América do Norte.

Por outro lado como gaúcho convicto eu considero que existe um estado permanente de guerra entre o Rio Grande do Sul e Argentina e que neste momento os argentinos estão aliados ao governo de Brasília quando boicotam negócios gaúchos. Outrossim, no verão Santa Catarina e o Rio Grande do Sul são invadidos anualmente por tropas portenhas que acampam em barracas e trazem em seus bornais carne, vinho e água mineral de Buenos Aires.

Já se está pensando em criar campos de concentração para internar os farofeiros argentinos (como combatentes). As mulheres serão hospedadas na praia desde que obedeçam a certos critérios estéticos (La Kirchner poderia ficar desde que não falasse muito). .

Nenhum comentário:

Postar um comentário