terça-feira, 17 de julho de 2012

RESTITUIÇÃO

Ralph J. Hofmann

Entre janeiro e agosto de 1945, na medida em que os aliados avançavam na frente do Pacífico contra os japoneses foram liberando colunas e campos de prisioneiros de guerra civis e militares que haviam sido capturados em 1943.

Dos capturados durante os avanços japoneses de 1942-43 só sobreviveu um em cada quatro. Os outros sucumbiram à fome, doença, decapitação e outras violências. Homens de 1,80 m. que em 1942 pesavam 75-80 kg. foram resgatados com 40 ou 45 kg.

Na maioria eram soldados, normalmente protegidos pela convenção de Genebra, mas nessa guerra nem o Japão nem a Rússia haviam assinado a convenção, coisa que custou muito caro aos soldados russos capturados pelos alemães e aos soldados alemães capturados pelos russos.

Os japoneses desprezavam quem não lutava até a morte. Render-se era trair o seu país. O conceito de salvar vidas com uma rendição quando nada mais pode ser feito não existia para eles. Talvez hoje este conceito exista mediante o seu aculturamento depois de perderem a guerra. Porém na época em que os americanos invadiram a Ilhas Marianas que eram colônias japonesas desde 1918, com imigrados japoneses o comandante japonês proibiu a rendição chegando ao ponto de obrigar camponeses civis a se jogar dos rochedos para que ninguém traísse o imperador se rendendo.

Por outro lado era uma vergonha ser colocado a cuidar dos desprezíveis prisioneiros donde os carcereiros se sentiam diminuídos e descontavam mais ainda nos mesmos. O alto comando japonês com a mesma atitude colocava seus soldados menos inteligentes, mais broncos e até criminosos como guardas de campos de prisioneiros.

Cinqüenta anos depois da guerra, associações de prisioneiros de guerra obrigados a trabalhos forçados ainda estavam abrindo processos contra os japoneses pedindo pagamento pelo trabalho escravo a que foram submetidos e pelas seqüelas à sua saúde causadas por aqueles anos. Até o momento não foi possível obter esta compensação.

Recentemente procurei saber como ficaram os ex-prisioneiros de guerra americanos após liberados.

Soube que independente do soldo de militares acumulado ou pago às esposas durante seu cativeiro, cada um recebeu, em valores de hoje, US$ 25,00 por dia de cativeiro.

Ou seja, na média cada um recebeu o equivalente em valores de 2011 de US$ 30.000,00.

Isto por 1200 dias de cativeiro num ambiente onde a sobrevivência era de 25%.

Sugiro que sejam estornados os pagamentos e pensões dos brasileiros que estiveram presos no período militar. US$ 25,00 por dia me parece justo. É um marco histórico.

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