segunda-feira, 23 de julho de 2012

Unasul faz hoje 1ª reunião para discutir situação do Paraguai

OS INDESEJAVEIS E INTOLERAVEIS


No momento em que as autoridades paraguaias insistem para que o país seja mantido no Mercosul e na União de Nações Sul-Americanas (Unasul), será feita nesta segunda-feira (23) uma avaliação sobre a situação do Paraguai, durante encontro em Lima, no Peru. É a primeira reunião do Grupo de Alto Nível da Unasul para o monitoramento e a avaliação da situação no Paraguai. O grupo é coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores do Peru.

O objetivo da reunião é definir as diretrizes de trabalho. Por decisão dos presidentes sul-americanos, o Paraguai foi suspenso não só da Unasul como também do Mercosul. Para os líderes da região, o processo de impeachment do então presidente Fernando Lugo, em junho, envolveu a ruptura da democracia.
No entanto, os paraguaios negam irregularidades no processo informando que o governo do atual presidente Federico Franco é legítimo. De acordo com o governo Franco, o processo de impeachment, aprovado em menos de 24 horas pela Câmara e pelo Senado do Paraguai, seguiu o determinado pela Constituição do país.
O conselho do Grupo de Alto Nível da Unasul é presidido pelo peruano Salomon Lerner Ghitis. Integram o grupo os embaixadores Glenn Alvares (Suriname), Rodolfo Mattarollo (Argentina) e Guillerme Patriota (Brasil) e Lorena Escudero (Equador), além de Arthur Fermandois (Chile).
No Paraguai, Lugo informou que vai concorrer às eleições para senador, em abril de 2013. Ele disse que o processo de impeachment levou a um golpe de Estado e que não reagiu para evitar o agravamento da violência no país.

Tribunal tende a rever suspensão, diz Paraguai

O Ministério das Relações Exteriores do Paraguai diz que o Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul sinalizou com uma possível anulação da a decisão dos líderes do bloco de suspender o país das próximas reuniões. De acordo com a interpretação dos paraguaios, o atual governo foi legitimado pelo tribunal. A medida foi publicada no site do ministério paraguaio. O governo do Brasil ainda não se manifestou sobre o tema.
“O Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul emitiu um procedimento especial de emergência solicitado pela República do Paraguai para anular a suspensão da sua participação nos órgãos do Mercosul e a incorporação da Venezuela como membro pleno [do bloco]”, diz o documento divulgado pelo ministério.
O apelo ao Tribunal  Permanente de Revisão do Mercosul foi feito pelo ministro das Relações Exteriores do Paraguai, José Fernández Felix Estigarribia. O objetivo do tribunal é sanar fontes de insegurança jurídica no Mercosul. É um tribunal de revisão com competência para modificar os laudos arbitrais adotados em primeira instância.
O Paraguai foi suspenso do Mercosul por decisão unânime do Brasil, da Argentina e do Uruguai. Os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e José Pepe Mujica (Uruguai) entenderam que houve a ruptura da ordem democrática no processo de impeachment do então presidente Fernando Lugo no dia 22 de junho. Para eles, Lugo não teve tempo para defesa.
Dilma, Cristina Kirchner e Mujica também decidiram, sem o voto do Paraguai que está suspenso do Mercosul, aprovar a incorporação da Venezuela como membro permanente do bloco. Porém, os paraguaios apelaram ao Tribunal Permanente do Mercosul para que a decisão seja desconsiderada.
Na decisão, o tribunal reconhece o governo do presidente Federico Franco, que assumiu o poder após o impeachment de Lugo. “O Tribunal Permanente de Revisão reconhece que o governo do Paraguai é presidido pelo presidente Federico Franco Gómez”, diz o comunicado, no primeiro item.
No texto, publicado na página oficial do ministério na internet, o governo do Paraguai informou que se esforçará para reverter a decisão do Mercosul de suspendê-lo até as eleições gerais, em 21 de abril de 2013. “O Paraguai continuará na luta para defender seus direitos, como sempre fez ao longo de sua história”, diz.

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