O tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, 45 anos, detido nesta terça-feira sob acusação de ter mandado matar a juíza Patrícia Acioli, já foi processado pela magistrada. Em setembro de 1989, durante a partida de futebol entre Brasil e Chile no Estádio do Maracanã pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, Patrícia, então defensora pública, estava no meio de um grupo de torcedores envolvidos em uma briga. Oliveira, na época tenente, deu voz de prisão e todos foram levados para a delegacia. Patrícia, contudo, processou Cláudio por abuso de autoridade. Ele acabou absolvido.
Considerado linha dura pelos companheiros de corporação, o oficial já chefiou o Serviço Reservado (P-2) do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do 16º BPM (Olaria). Com 26 anos de Polícia Militar, o tenente-coronel completou em 1989 o curso de Operações Policiais do Bope e ficou ficou 11 meses no comando do 7º BPM, em São Gonalo, segundo maior município do Estado.
O ex-policial ficará recolhido no presídio de Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, zona oeste. Cláudio Luiz foi exonerado do comando do 22º BPM (Maré) e se apresentou na carceragem do Batalhão de Choque no início da madrugada de hoje. Outros cinco policiais presos suspeitos de participação no crime também serão levados para Bangu 8.
Juíza estava em "lista negra" de criminosos
A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.
Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.
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