quarta-feira, 26 de outubro de 2011

CNT: 18 melhores malhas viárias têm gestão privada e são de SP

As 18 melhores ligações rodoviárias do País têm gestão concessionada e estão localizadas no Estado de São Paulo, segundo a 15ª pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada nesta quarta-feira. A CNT considera "ligação rodoviária" extensões formadas por uma ou mais rodovias federais ou estaduais pavimentadas, com "grande importância socioeconômica e volume significativo de veículos de carga e/ou de passageiros".
A lista é encabeçada pela ligação entre as rodovias SP-255, SP-280 e BR-374, que passa pelos municípios de São Paulo, Itaí (SP) e Espírito Santo do Turvo (SP). Todas os 18 trechos foram considerados "ótimos" pela CNT. A hegemonia paulista é quebrada pela BR-471, entre Rio Grande e Chuí, no Rio Grande do Sul, também avaliada como "ótima". Trata-se do único trecho não concessionado agraciado com essa classificação, já que em 20º lugar, a última ligação considerada em condições "ótimas", aparece o trecho concessionado das estradas MG-290, SP-191 e SP-352, interligando Campo do Coxo (SP) e Eleutério (SP).
O ranking sugere, ainda, que as 50 piores ligações rodoviárias estão todas sob gestão pública. Dessas, as 11 mais precárias se encontram em Estados das regiões Centro-Oeste, Nordeste ou Norte. Na 109º posição está o único trecho avaliado como "péssimo", reunindo as rodovias BR-222, PA-150, PA-151, PA-252, PA-287, PA-447, PA-475, PA-483 e TO-336, que interligam Belém (PA) a Guaraí (TO). O Pará é o Estado com a pior malha rodoviária do País, segundo o levantamento.
Dos 77,4 mil km sob gestão pública, 66,2% foram considerados ruins ou péssimos. Em contrapartida, 87% dos 15,3 mil km da malha viária administrada por concessionárias foram classificados como bons ou ótimos.
Metade das estradas têm problemas
Mais da metade das rodovias federais e estaduais brasileiras apresenta problemas, segundo a pesquisa. Dos 92,7 mil km de rodovias pesquisadas, 53,2 mil km (57,4%) apresentam algum tipo de deficiência, sendo que 24,9 mil km (27%) estão em situação considerada crítica.
A maioria dos problemas é na sinalização e na pavimentação das estradas. Segundo a CNT, 44,5 mil km de rodovias brasileiras, ou 48% do total, carecem de melhor pavimentação. Outros 52,7 mil km (57%) não têm a sinalização considerada adequada. Em 82 mil km das rodovias brasileiras (88,3% do total), a predominância é de pista simples com mão dupla.
O levantamento da CNT alerta para o número de mortes nas rodovias brasileiras, que poderia ser reduzido com a melhoria na malha viária do País. "Outro custo nefasto é a questão dos acidentes rodoviários, que crescem ano a ano. Não é que o brasileiro é imprudente ao dirigir. Na realidade, o Brasil não suporta a capacidade de carros nas rodovias. Os veículos acabam se envolvendo em acidentes muito por conta da precariedade das rodovias", disse Bruno Batista.

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