Ralph J. Hofmann
Nos anos Lula um dos eventos de congraçamento do regime era a festa de São João da Granja do Torto. Sabemos que era uma festa tradicional com tudo que os apreciadores deste tipo de evento pudessem desejar.
Sabe-se também que ao fim da festa os carros oficiais removiam muitos dos convivas em avançado estado etílico, dada a fartura e a descontração de uma festa de congraçamento de companheiros, companheiras, asseclas e capangas.
Mas os tempos mudaram. Não me recordo de ler qualquer coisa sobre uma festa de São João neste ano. A festa, lembramos, é uma adaptação da festa pagã do solstício de verão no hemisfério norte. Foi cooptada pela igreja como festa de São João dada a dificuldade de coibir as tradições pagãs completamente.
Contudo hoje reina em Brasília uma mulher cercada de mulheres. E com o passar dos séculos, a inocente festa de “fim-do-verão”, a “samhain” ou “samuin”dos celtas passou a ser associada de alguma forma com a bruxaria e assombração.
A mitologia nórdica contempla bruxas e também bruxos, contudo a reputação maior cabe às bruxas. Possivelmente pelo mesmo motivo que em todas as comunidades agrícolas assim como no Brasil são mulheres, geralmente idosas, que entendem de consertar ossos, fazer infusões com ervas e o fornecimento da medicina campesina.
Não raro as pessoas as procuram para a cura de seus males, mas também para missões mais difíceis como filtros do amor ou a destruição de seus inimigos.
Impossível não pensar e Dilma, Gleisi, Idelí e Miriam celebrando o “Dia das Bruxas”, talvez acompanhadas da Madame Min e da Maga Patalógica, seis delas, duas vezes as três bruxas de Macbeth (William Shakespeare) recitando entre chuva, brumas, relâmpagos e trovões:
Bruxa 1 – Quando nos encontrarems novamente
Entre relâmpagos e trovões ou na chuva?
Bruxa 2 – Quando a confusão terminar. Quando a batalha estiver perdida e vencida.
Cabe sempre lembrar, Macbeth é sobre ambição política e poder. Uma peça muito adequada para a Granja do Torto.
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