domingo, 6 de novembro de 2011

A PODEROSA

Ralph J. Hofmann

O Brasil costuma se regozijar quando se alega que algo ou alguém é o maior ou o melhor do mundo.
Lembro-me que no meu primeiro emprego numa empresa de cutelaria e talheres esbarrei num artigo num jornal de Remscheid e Solingen na Alemanha, um dos lares da cutelaria mundial, que citava a empresa onde eu trabalhava como a maior do mundo do gênero.
Com o passar dos anos as firmas da Coréia e Taiwan tomaram a dianteira como as maiores, mas a empresa onde eu trabalhava ainda funcionava com qualidade européia, o que lhe garantia certo nicho. Hoje o que sobrou desta empresa, mal administrada por vários motivos, importa produtos da Ásia. Foi a maior, foi a melhor e agora é quase nada.
Passei por outras empresas que eram a maior, a quarta maior a melhor, a quinta melhor, a maior nisto e a melhor naquilo. Todas estas são empresas cujo nome seria reconhecido se citado aqui.
De minha parte sempre que me foi perguntado eu recomendei: “Não se apresentem como a maior ou a melhor. Digam que somos muito importantes neste ou naquele âmbito. Mostra maior seriedade. Desconfiem de listas. Pode-se cair numa lista.
Soube agora, de várias fontes que a Dilma Roussef é a 22ª pessoa mais poderosa do mundo segundo a revista Forbes.
Bem, com todo respeito pela Forbes eu lembro que em 1989 umas dez entre as quinze maiores fortunas do mundo eram japonesas. Dois anos depois os principais japoneses nem sequer estavam na lista dos cem. As maiores fortunas japonesas não eram industriais nem de bancos. Eram de proprietários de imóveis nas ilhas japonesas. Ora o Japão tem pouco território disponível. Portanto os preços dos imóveis estavam nas alturas. Ora, no momento em que um apartamento de quarto e sala de 30m2 passou a valer US$ 500 mil (dólares de 1990 que compravam 4 vezes mais que dólar de hoje), o Zé Salário preferia alugar apartamentos a poupar US$ 125 mil para a entrada de um apartamento. Com a diferença veraneava no Vale do Loire na França. Quem queria construir um estaleiro construía no México ou na Tailândia.
Assim as grandes fortunas japonesas, alavancadas com imóveis, despencaram e sumiram da lista da Forbes.
Listas são assim. Consta que a Forbes decidiu que a “faxina”de cinco ministros consagra a presidente. Dilma. Fala também do país sediando copa e jogos olímpicos.
Tudo é uma questão de ótica. Para nós aqui sentados na Terra de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Pindorama ou Brazil (originalmente com "Z ") cada queda de ministro foi um evento em que a toda poderosa Dilma por ser politicamente fraca e com pouca luz própria teve de indicar estes e outros ministros que mantivessem a estrutura de seu predecessor. Cada reposição lhe foi imposta de forma a não deixar o barco fazer água.
A cada novo escândalo mostrando o envolvimento ela posterga mais uma vez o afastamento da criatura pega com a cara lambuzada, para poder mostrar boa fé aos seus aliados.
Ou seja, arrasta os pés para fazer qualquer limpeza.
A Forbes está precisando revisar seus conceitos. Talvez também deva demitir seu chefe de sucursal no Brasil.
Por outro lado o departamento financeiro da Forbes talvez pudesse nos contar mais sobre este 22º lugar.

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