A presidente Dilma Rousseff conversou por telefone com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), para reiterar a oferta do envio de tropas federais para garantir a segurança no Estado após a declaração de greve de policiais, bombeiros e agentes penitenciários a partir da meia-noite desta sexta-feira.
De acordo com uma fonte do Palácio do Planalto, Dilma está acompanhando de perto a situação e telefonou para o governador pouco após o anúncio do início da greve, feito pelos manifestantes em assembleia que reuniu cerca de 3 mil pessoas na praça da Cinelândia, no Centro.
Cabral já havia anunciado um acordo com as Forças Armadas e o governo federal, que colocou à disposição 14 mil homens do Exército e 300 da Força Nacional de Segurança para atuar caso a greve alcance grandes proporções. No entanto, o comando da Polícia Militar do Rio descartou a aplicação do plano, mediante uma situação de "normalidade" nas operações policiais.
Para receber as tropas, o governador do Rio precisaria solicitar ajuda federal à Presidência, como aconteceu na Bahia em decorrência da greve policial que ocorre desde o dia 31 de janeiro. Na Bahia, mais de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança estão atuando na segurança da população.
Apesar da greve declarada no Rio, a Polícia Militar disse na manhã desta sexta-feira que a segurança da população está garantida e que não houve registro de violência nas primeiras horas após a paralisação. De acordo com a PM, a adesão à greve foi restrita, e a corporação está trabalhando normalmente.
A greve no Rio
Policiais civis, militares e bombeiros do Rio de Janeiro confirmaram, no dia 9 de fevereiro, que entrariam em greve. A opção pela paralisação foi ratificada em assembleia na Cinelândia, no Centro, que reuniu pelo menos 2 mil pessoas.
A orientação do movimento é que apenas 30% dos policiais civis fiquem nas ruas durante a greve. Os militares foram orientados a permanecerem junto a suas famílias nos quartéis e não sair para nenhuma ocorrência, o que deve ficar a cargo do Exército e da Força Nacional, que já haviam definido preventivamente a cessão de 14,3 mil homens para atuarem no Rio em caso de greve.
Os bombeiros prometem uma espécie de operação padrão. Garantem que vão atender serviços essenciais à população, especialmente resgates que envolvam vidas em risco, além de incêndios e recolhimento de corpos. Os salva-vidas que trabalham nas praias devem trabalhar sem a farda, segundo o movimento grevista.
Policiais e bombeiros exigem piso salarial de R$ 3,5 mil. Atualmente, o salário base fica em torno de R$ 1,1 mil, fora as gratificações. O movimento grevista quer também a libertação do cabo bombeiro Benevenuto Daciolo, detido administrativamente na noite de quarta-feira e com prisão preventiva decretada, acusado de incitar atos violentos durante a greve de policiais na Bahia.
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