MANDINGA

Ralph J. Hofmann

Vocês pensam que mandinga é só coisa de rito afro-brasileiro? Não é não. Não se deram conta que por onde os celtas passavam os druidas deles faziam o exato papel dos nossos pais e mães de santo.

Só que eram mais básicos. Os deuses cujas vontades eram transmitidas pelos druidas não tinham estas frescuras de pé de galinha preta, escama de peixe, orelha de morcego como a Madame Min.

E tampouco pediam dinheiro para comprar uma grosa de velas de sete dias dois pacotes de biju, duzentas rapaduras e 20 charutos marca Mata-Rato para fazer o seu trabalho.

As exigências dos druidas são bem maiores, mais serias, mas os trabalhos deles costumam funcionar.

Senão como explicar o domínio dos Estados Unidos, Canadá, Austrália, e Inglaterra por escoceses e irlandeses por tantos anos. Ambos esses povos são celtas e poderosos na força e no intelecto.

Suas terras foram ocupadas e ainda assim eles mandam.

Veja o celta primeiro ministro inglês. David Cameron. Nunca se viu nome mais escocês. Cristina Kirchner que se cuide. Antes foi contra a Thatcher, inglesa de quatro costados. Agora vai ser contra Braveheart e uma penca de Druidas. O trigo e o soja vão apodrecer no campo, os bois e as ovelhas vão se jogar no mar, Buenos Aires vai sofrer uma infestação de pulgas e os carrapatos não encontrando gado vão chupar o sangue dos portenhos.

O pessoal de Córdoba e Rosário nada tem a temer pois é gente fina.

Pois nosso editor sabendo que nas imediações de Belluno, havia um druida na ativa num grotão digno de romance de Maurice Leblanc (criador de Arsène Lupin uma espécie de primo do Mandrake e do Raffles o Ladrão de Casaca) andou horas de trenó na neve e encontrou uma torre de mil anos. Dentro dessa encontrou o seu primo, o druida hermitão do clã Sanmartini.

Conversa vai, conversa vem o druida confirmou que pode fazer um trabalho que salve o Brasil, estabilize o Euro e elimine a ameaça atômica do Irã transformando seu plutônio em barras de alcaçuz.

Ele precisa apenas de 700 mãos de deputados, 70 orelhas de senadores um fígado de governador do Rio Grande do Sul, um coração de batráquio glabro dois dentes caninos de presidenta um juiz da Suprema Corte inteirinho para alimentar uma fogueira. Todos devem ser de procedência brasileira pois o alto teor de patifaria ajuda nestes casos.

Como é turma? Vão sacrificar esta gente toda?

Afinal, não é só para o bem do Brasil. É para o bem de uma grande parte do mundo.