quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Minas Gerais (e os mineiros) carrega(m) o Brasil nas costas...

E Minas não recebe $$$$ para duplicar a rodovia da morte


Qual é a proporção do superávit comercial de Minas em relação ao do
Brasil? Pasmem os leitores: o percentual chegou a 95,3% em 2011. Isso
mesmo, quase 100%. O país obteve em sua balança de exportações/
importações um saldo positivo de US$ 29,7 bilhões. E Minas, US$ 28,3
bilhões. Os números do saldo comercial dizem que, nas relações de
venda e compra com o mundo, Minas está lucrando sozinha quase o mesmo
que o Brasil todo. Também dizem que o Estado tem hoje um peso
gigantesco na acumulação de reservas e, portanto, na estabilidade
econômica do país.

O peso de Minas já foi até maior: em 2010, o superávit mineiro superou
o nacional em mais de US$ 1 bilhão. O Brasil apurou US$ 20,1 bilhões e
Minas, US$ 21,2. Ou seja, não fosse o lucro de Minas, o Brasil teria
prejuízo. E a explicação está no minério de ferro, que há dois anos se
tornou o principal item nacional de exportação. Do ponto de vista do
comércio exterior, o Brasil é um país, antes de tudo, mineiro - de
mineração e de Minas Gerais, de longe, o seu estado mais lucrativo,
contribuindo para o saldo nacional com o dobro do 2º colocado (Pará,
com US$ 14 bilhões).

A dependência do Brasil em relação a Minas (ou de sua riqueza mineral)
ficou evidente no mês passado, quando a queda acentuada nas vendas de
minério, provocada sobretudo por dificuldade de escoamento em função
das chuvas no Estado, levou a balança comercial brasileira a ter o
primeiro déficit em dois anos e o pior resultado já registrado para um
janeiro.

Por enquanto, Minas vai aguentando cobrir com seus imensos superávits
os déficits da maioria dos Estados, incluindo os rombos gigantescos de
São Paulo, o campeão das importações. Mas, no ritmo que a onda
importadora vai crescendo, superávits mineiros cada vez maiores serão
necessários para sustentar o país no azul. E cabe refletir: Minas se
beneficia à altura?
extrato da Coluna de Raquel Faria de 06/02/2012 - O Tempo

Minas Gerais, de longe o Estado brasileiro que gera os maiores
superavits no comércio exterior do país (US$ 28 bilhões em 2011,
contra US$ 14 bilhões do vice-líder, Pará), deve perder aí uns R$ 3
bilhões ao ano com a desoneração das exportações de minério - a Lei
Kandir. Ou seja, o Estado lidera o esforço exportador no país e ainda
perde dinheiro com isso. É fato: Minas foi ao sacrifício para salvar a
balança comercial do Brasil.
extrato da Coluna de Raquel Faria de 07/02/2012 - O Tempo

É pessoal, Zé Fernando e Leonardo Mattos tinham toda razão quando
destacaram a temática do minério na campanha do ao governo de Minas
(2010)...

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