Ralph J. Hofmann
O governo brasileiro tem uma boa oportunidade de fazer justiça para com a Argentina em tono do affaire Falklands/Malvinas.
Como sabem a Argentina anuncia um boicote de produtos britânicos e também proibiu navios de turismo ingleses de aportar no porto de Ushuaia na Patagônia.
Cabe ao Brasil e ao Chile apoiar estas medidas da Argentina. Encorajá-las.
Depois devemos fazer como a Argentina faria para com o Brasil. Nacionalizar produtos britânicos reembalando-os e apondo um selo “Made in Brazil” depois exportando-os à Argentina.
A segunda medida é verificar quais os produtos que a Inglaterra importa da Argentina e verificar se não podemos substituí-los como fornecedor.
Depois o Chile e o Brasil ofereceriam acesso aos portos para os navios de cruzeiro ingleses. O Chile para as regiões do sul do continente. O Brasil oferecendo o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná que seriam novidades, pois os navios de cruzeiro já freqüentam o Rio de Janeiro e o Nordeste.
Quanto a sentirmos dó na consciência quanto à Argentina coloco o seguinte.
Os argentinos não hesitariam em fazer isto contra o Brasil.
Várias vezes a Inglaterra, antes da Guerra das Malvinas propôs sentar à mesa para discutir um condomínio das riquezas minerais das Falklands. Em 1982 essa era a perspectiva antes da invasão. Algumas portas ficaram entreabertas para isto neste meio tempo, desde que não implicassem na transferências das ilhas nem dos ilhéus.
Porém os argentinos sempre lançam mão das ilhas para que seus líderes demonstrem sua macheza, ou sei lá o que se pode chamar no caso da Kirchner.
Agora fica a memória dos soldados mortos reconquistando as ilhas e fica a insuportável empáfia de alguns dos oficiais que comandavam a ocupação. Não há volta.
Sabemos que a economia argentina vai de mal a pior, mas o mero rufar dos tambores que assistimos neste momento nos deixa vislumbrar que a situação é ainda pior do que achávamos. La Kirchner precisa de algo que reúna o povo argentino tanto quanto os militares precisavam disto em 1982.
Segundo o comentário de um amigo que me chamou a atenção para o fato de que o governo inglês convocou o mais alto diplomata argentino em Londres para explicar-se:
“” Esses gardelóns estão pedindo pra apanhar de novo.”
*) Fotomontagem: A Capitã Cris da Nau Pirata “Argentina” debelando um motim com seus … predicados.

Londres chama argentino para se explicar
Diplomata é convocado após ministra defender boicote do país a produtos britânicos, em razão de disputa por Malvinas.
Movimentação é o mais novo capítulo da disputa entre os dois países por conta da soberania das ilhas
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo britânico convocou ontem o mais alto diplomata da Argentina em Londres para pedir explicações depois que Buenos Aires sugeriu que empresas argentinas boicotem produtos britânicos, em mais um capítulo da disputa entre os dois países pelas ilhas Malvinas.
No protocolo diplomático, o gesto de convocar um diplomata é uma séria demonstração de insatisfação de um país com outro.
A União Européia irá instaurar "procedimentos diplomáticos" contra a Argentina, disse o porta-voz da Comissão Européia para o Comércio, John Clancy, sem dar detalhes.
"Deixamos claro que tais ações contra atividades comerciais legítimas preocupam não apenas o Reino Unido, mas a União Européia como um todo, e que esperamos que a UE apresente preocupações semelhantes com as autoridades argentinas", disse a Chancelaria britânica após encontro com o encarregado de negócios Osvaldo Mársico -a Argentina não tem um embaixador no Reino Unido desde 2008.
Londres pediu que o diplomata "transmita a Buenos Aires um pedido de clarificação urgente".
A decisão se deu após a ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, ter instado cerca de 20 empresários a substituir importações britânicas por produtos de outros países.
Anteontem, dois navios de cruzeiro britânicos que haviam visitado as Malvinas tiveram permissão negada para aportar em Ushuaia, na Patagônia argentina.
As tensões entre os dois têm aumentado à medida que se aproxima o aniversário de 30 anos da guerra detonada quando a Argentina invadiu as ilhas, território britânico cuja soberania reclama.
Um porta-voz do premiê David Cameron disse que a sugestão de boicote era "contraproducente".
Nenhum comentário:
Postar um comentário