segunda-feira, 12 de março de 2012

Hillary pede a Rússia e China que apoiem plano árabe para a Síria

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu nesta segunda-feira à Rússia e China que mudem sua postura no Conselho de Segurança e apoiem o plano de transição elaborado para a Síria pela Liga Árabe para deter "os assassinatos de sírios inocentes".
"Acreditamos que chegou o momento de todas as nações, inclusive aquelas que bloquearam anteriormente nossos esforços, apoiarem a aproximação humanitária e política da Liga Árabe", disse Hillary ao Conselho, em clara referência a Moscou e Pequim, que vetaram resoluções de condenação a Damasco em duas ocasiões.
A chefe da diplomacia americana defendeu que a comunidade internacional diga "em uníssono e sem lugar para dúvidas" que "a transição política" deve começar na Síria, onde continua o que definiu como "campanha de terror".
"O povo sírio deveria ter a mesma oportunidade de trilhar seu futuro como tiveram os povos da Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen", indicou a ex-primeira-dama americana no debate realizado no Conselho de Segurança sobre a Primavera Árabe e que acabou centrado na crise síria.
Hillary chamou o presidente da Síria, Bashar Al Assad, de "cínico" por seguir adiante com sua campanha de repressão enquanto se reunia com o enviado da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, no último fim de semana.
A secretária lamentou concretamente o duplo veto russo e chinês de cinco semanas atrás no Conselho de Segurança a uma resolução que incluía o apoio ao plano de transição elaborado pela Liga Árabe, o que definiu como uma "oportunidade perdida" para a comunidade internacional.
"Não pudemos sequer condenar a violência e apoiar um plano de paz elaborado pelos vizinhos da Síria", disse Hillary, que indicou que "o respeito à soberania e à integridade do país não significa que o Conselho de Segurança deve permanecer em silêncio enquanto um governo massacra seu próprio povo".
Além disso, a americana rejeitou "qualquer equivalência entre os assassinatos premeditados pela máquina militar de um governo e as ações de civis sitiados que foram empurrados para o uso da legítima defesa".
As palavras de Hillary foram focadas nos argumentos da Rússia e da China para vetar as duas resoluções apresentadas em outubro e fevereiro ao Conselho: o respeito à soberania da Síria e suas reservas de promover uma mudança de regime, além da necessidade de condenar por igual governo e oposição.

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