De forma isolada, o histórico e perfil de Mitt Romney configuram uma candidatura republicana quase perfeita para enfrentar uma pesada corrida eleitoral pela Casa Branca. Mas o contexto nacional e o eleitorado republicanos têm feito com que a sua jornada, marcada desde o início pelo favoritismo, se veja rondada de ceticismo justamente no momento em que a consolidação de sua campanha mais seria necessária.
Nascido em 1947, Romney vem de um berço político. Seu pai, George Romney, governou o Estado do Michigan (1963-1969), onde nasceu e cresceu o filho, para posteriormente tentar, e fracassar, na pré-candidatura à presidência pelo Partido Republicano em 1968, ano das eleições vencidas pelo também republicano Richard Nixon.
Neste período, da segunda metade da fervorosa década de 60, Romney viveu dois anos na França, onde trabalhou como missionário mórmon. De volta aos Estados Unidos, estudou Direito e Negócios na Brigham Young University e depois em Harvard. A partir dos anos 70, iniciou uma brilhante carreira de empresário.
O passo à política foi dado em 2002, quando disputou e venceu as eleições para o Estado do Massachusetts, que governou de 2003 a 2007. Neste ano, desistiu da reeleição em nome de um novo desafio: a presidência americana. Avançou nas primárias, mas acabou derrotadopelo senador então John McCain, que ulteriormente assistiria à vitória de Obama.
Favoritismo à prova
Desde o início da corrida as primárias do Grand Old Party (GOP, como os republicanos são comumente chamados), Romney despontou como o nome mais cotado para enfrentar Barack Obama, o presidente democrata em busca do segundo mandato. A principal razão do favoritismo é o perfil misto, completo e moderado de Romney: homem de fé mórmon, de experiência política no Massachusetts e pelo extenso currículo empresarial (ele mesmo diz não ser "um político de carreira" por ter passado "a maior parte de sua vida no setor privado").
De Estado em Estado, vem comprovando sua força. Após serenamente observar a desistência das candidaturas barulhentas de Michele Bachmann, a Sarah Palin 2.0, e de Herman Cain, o empresário das pizzas, passou a duelar nas urnas e nos discursos com uma grande gama de candidatos. Após algumas poucas rodadas, Rick Perry e Jon Juntsman ficaram pelo caminho, abrindo terreno para o estabelecimento do quarteto formado por Romney, Rick Santorum, Newt Gignrich e Ron Paul.
Neste grupo, Romney liderava com folga: eram mais de 600 delegados obtidos contra menos de 300 de Santorum, seu mais forte concorrente. Em termos de Estados (ainda que essa contagem seja meramente simbólica), a vantagem era ainda maior: 24 unidades americanas contra nove de Santorum (e duas de Gingrich e nenhuma de Paul).
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