Até agora a CPI não teve nenhum depoimento aberto. Falaram apenas os delegados da PF que conduziram as operações, em sessões sigilosas. O início lento da comissão é atribuído nos bastidores do Congresso a um suposto acordo entre PSDB, PT e PMDB. Três governadores dos partidos, respectivamente Marconi Perillo (Goiás), Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), têm ligações com a empresa Delta, construtora que teria Cachoeira como sócio oculto.
O próprio presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), já admitiu que a CPI está "meio devagar" e que o depoimento de Cachoeira trará um novo ânimo às investigações que, até agora, não colheram nada além do que já foi descoberto pela PF. Na última quinta-feira, (17), a comissão aprovou convocações de 51 pessoas, mas os governadores não foram chamados.
Até a última sexta-feira, a defesa de Cachoeira tinha passado não mais que três horas examinando os inquéritos de mais de 90 mil páginas. Para o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), membro da CPI e um dos mais antigos parlamentares do Congresso, a defesa de Cachoeira "usa uma tática protelatória" para a comissão esfriar. "Eles não leram porque não quiseram, tempo houve. A CPI precisa andar e o Supremo não deve se meter nisso", disse.
Apesar da presença de Cachoeira, é provável que ele fique calado durante a maior parte da reunião, por orientação de sua defesa. Caso o depoimento seja um fiasco, parlamentares acreditam que o foco se voltará ao deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Na semana passada, ele foi flagrado pelo SBT ao enviar uma mensagem ao governador do Rio de Janeiro para alertá-lo que os petistas da comissão estariam trabalhando a favor dele.
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