sábado, 26 de maio de 2012

DA REALIDADE INSOSSA‏

Ralph J. Hofmann

Longe de mim estender a discussão das polêmicas posições do “filósofo de Pinhalzinho”, Magu, em relação aos conceitos de humor (Das Possibilidades e Impossibilidades), pois o mesmo definitivamente tem razão no tocante à suspensão da lógica no caso de piadas, haja vista a sina de certo Wiley Coyote em embates com o Road Runner (Bip-bip). Wiley só despenca no precipício após se dar conta que não há “terra firma” sob seus pés. Não fosse isto percorreria quilômetros sem ser afetado pela lei maior (da Gravitação Universal). É válido também citar o “Princípio de Tom & Jerry” em que a pele do gato Tom compartilha as características de um “pulôver” de lã espichando, contraindo e podendo ocasionalmente ser arrancado do personagem.

Mas um mergulho nas comparações entre o judaísmo e o greco-romano cristianismo, fundamentado na visita de Zeus a uma senhora na terra (vide nosso alentado estudo “Hércules e o Nazareno – O que falhou em Nazaré? “ em que tentamos entender por que num caso o resultante mancebo tinha força descomunal e no outro apenas um físico de mortal.), nos leva às origens de uma crença baseada em peregrinações místicas (vide “Percival e a busca do Graal” e até mesmo Odisseus e o pacote de justificativas que apresentou à esposa Penélope para explicar seus muitos anos de ausência numa tremenda farra após a queda de Tróia), permeabilidade social (a possibilidade social de santos surgirem entre os fiéis, sendo promovidos para se alinharem com os apóstolos e outros) que passa a ser central ao sistema de recrutamento de prosélitos em busca da segurança física, patrimonial e até mesmo do poder total, comparado ao desejo de criar um corpo lógico e analítico de princípios (Talmud) sem a obrigatoriedade de sua aceitação a não ser por quem o faça voluntariamente.

Chegamos à conclusão que a piada (genericamente) obedece ao conceito milenar de “Me Engana que eu Gosto”.

Inevitavelmente somos levados a entender que este princípio básico das piadas se estende à vida política em países como o Brasil.

Ou seja, tanto queremos ser ludibriados por conceitos inconsistentes ao ouvirmos uma piada, quanto queremos ouvir relatórios falaciosos de nossos políticos. Apesar de em essência estarmos mergulhados em coliformes fecais até o pescoço estamos felizes, pois o nosso líder nos assegura que o solvente do mesmo é composto do mel e do leite.

Aqui desejo finalizar citando o Menestrel Maldito, Juca Chaves, em sua obra “Sou sim e daí” quando declama “Essa é a vida que eu sempre quis, eu sou um corno mas eu sou feliz” que sintetiza todo este conceito, claramente demonstrando uma preferência nacional pela ilusão.

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