OS SALTIMBANCOS

Ralph J. Hofmann

A notícia de que um certo “Netinho” (confesso não saber quem é o gajo e o que faz nas lides artísticas), aderiu à campanha de Haddad a pedido de Lula me traz ao mesmo problema de sempre.

Sabemos que Maluf é o de sempre. É uma versão algo menos bem sucedida de Sarney. Talvez mais rico que Sarney, afinal de contas sua mãe era uma empresária bem sucedida.

Mas artistas? No pódio ao lado de Haddad ou de seja quem for o candidato. Em que estes contribuem? O que eles esperam do governo? Recursos para seus filmes subsidiados que perderão dinheiro? Concertos com patrocínio? Ou mera massagem de ego?

Porque nem no Brasil nem em país algum os artistas são dotados de algum tirocínio especial. Muito ao contrário, a praia deles é outra. Longe deles se debruçarem sobre livros e revistas sérias para formarem opiniões,

Jane Fonda até hoje se sente obrigada a reconhecer que servir de garota propaganda para o Viet Cong. Pior! Sobre o Camboja disse que não se podia criticar porque eram um país comunista e não se podia criticar comunistas. Anos depois teve de digerir as notícias de um genocídio cambojano sob Pol Pot

Aqui vemos artistas em sucedidos buscando apoio de governo para sites ou para tradução de seus livros para o coreano ou mongol. Se vender livros na Coréia ou na Mongólia fosse um bom negócio uma editora de lá bancaria a tradução. O que dizer de uma tradução para o francês como já ocorreu? Por muito que antipatize com Paulo Coelho devo dizer que não tem problemas em ser traduzido para o espanhol, inglês ou francês.

Mas Paulo Coelho lembra outra coisa. A volúpia de poder dizer que anda com os poderosos. Como explicar de outra maneira andar pela Europa em companhia de José Dirceu?

Vou lembrar ainda um fato conhecido de todos. Artistas em penca no “Diretas Já” . O mesmo nos “Carapintadas” Onde estão para recamar das obras do PAC só no papel, no Mensalão, no apoio aos boxeadores cubanos ou numa eventual execração a Cesare Battisti.

A opinião dos artistas não vale nada!