quinta-feira, 21 de junho de 2012

SP: Clima de 'guerrilha urbana'...clima pré-eleitoral

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, reuniu-se na manhã desta segunda-feira no Palácio dos Bandeirantes com membros da Secretaria de Segurança Pública, delegados e investigadores para fazer um balanço a respeito dos frequentes arrastões a bares e restaurantes que têm acontecido na capital. Após a reunião, Alckmin afirmou que, dentro de três meses, cerca de 200 delegados investigativos e 816 escrivães reforçarão o policiamento na cidade.
Até agora foram 30 prisões de diversas quadrilhas diferentes, sendo que 14 delas são de adolescentes. "A polícia já está trabalhando para identificar as quadrilhas. Isso é uma guerra que tem que vencer todo dia, mas a polícia está trabalhando e passamos de 190 mil presos nas cadeias. Temos 22% da população brasileira e quase 40% da carcerária e temos que identificar e prender as quadrilhas", afirmou Alckmin.
O secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, concorda com o governador e afirmou que os arrastões são uma verdadeira "guerrilha urbana" que deve ser combatida diariamente.
"É lamentável a presença constante de adolescentes. Tivemos dois eventos ontem, um em Moema e outro no Alto de Pinheiros e já estamos investigando esses casos. Mas é um desafio constante. É praticamente uma guerrilha urbana, pela mobilidade e fator surpresa que eles têm. E a polícia não pode estar em todos os lugares, mas estamos fazendo ações para melhorar."
Vizinhança Solidária
O governo do Estado também irá implantar o programa Vizinhança Solidária, uma ação que terá a participação da população paulista relatando crimes ou suspeitas em seu próprio bairro. "A responsabilidade maior é da polícia, mas é importante a participação de todos para termos uma segurança melhor. Com essas informações a polícia tem mais condições de chegar às quadrilhas", afirmou o secretário de Segurança Pública.
Roberval França, coronel da Polícia Militar e um dos líderes dessa ação afirmou que a ideia surgiu na Inglaterra, onde idosos estavam sendo vítimas frequentes de roubos e furtos. Ele disse ainda que a ação já foi implantada no ABC Paulista, com diminuição significativa no número de crimes.
"O programa é baseado na lógica de que a sociedade e comunidade se sintam donas do seu bairro, para ser os olhos da polícia", afirmou o coronel.
A ideia é começar a ação na capital pelo bairro do Itaim Bibi. De acordo com Roberval, uma reunião será feita na próxima terça-feira com cerca de 100 pessoas. "Trinta condomínios já se interessaram. O programa começa com cadastramento, palestra de sensibilização da população. Vamos identificar os imóveis que queiram aderir e as pessoas terão um termo de compromisso para adotar iniciativas primárias de segurança, como iluminação interna e externa, sistema de câmeras e um sistema de notificação entre vizinhos", completou.

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