A OEA (Organização dos Estados Americanos) encerrou nesta terça-feira sua terceira sessão especial sobre a crise política no Paraguai sem nenhuma decisão, já que a maioria dos países pediu tempo extra para analisar o informe do secretário-geral, José Miguel Insulza, depois de missão ao país.
O Paraguai divide opiniões no continente desde que o presidente Fernando Lugo foi destituído em um processo relâmpago, com uma votação de cerca de 30 horas. O seu vice, Federico Franco, assumiu, embora não tenha sido reconhecido pelos vizinhos, incluindo o Brasil. O processo resultou na suspensão do Paraguai do Mercosul e da Unasul (União das Nações Sul-americanas).
O representante da Bolívia na organização, Diego Pary, encerrou a reunião, realizada em Washington, ressaltando a necessidade de que o informe de Insulza seja analisado pelas chancelarias dos países-membros.
Segundo Pary, o informe de Insulza pede o envio de uma nova missão ao Paraguai para analisar outros documentos, que devem ser discutidos em outras sessões.
Argentina, Peru e El Salvador defenderam convocar uma Assembleia Geral com os chanceleres dos países do bloco, proposta apoiada por Insulza. Mas os demais países, incluindo Brasil, EUA, Canadá, Uruguai, Equador, Nicarágua, Guatemala e Honduras, pediram mais tempo para avaliar o informe da missão antes de tomar decisões.
Crítico do impeachment relâmpago de Lugo, o Brasil reiterou sua visão de que o ato foi uma ruptura da ordem democrática, mas parou antes de pedir uma reunião dos chanceleres _que poderia acelerar uma ação contrária ao Paraguai.
"Solicitamos tempo para avaliar o informe de Insulza", disse o brasileiro Bruno Dias da Costo, representante interino do país na OEA desde a saída do embaixador Ruy Casaes, em protesto pelo pedido da organização pela suspensão da construção da usina de Belo Monte.
Dias da Costo afirmou que as propostas apresentadas por Insulza não necessariamente correspondem com o pensamento da maioria dos países membros da OEA, mas não deu detalhes.
Uma nova sessão do Conselho Permanente está prevista para o fim desta semana ou começo da próxima, segundo afirmou Insulza a jornalistas.
Entre as opções de medidas que podem ser tomadas pela OEA estão desde um estudo do processo político que destituiu Lugo, um reconhecimento progressivo do governo de Franco até a expulsão do Paraguai da entidade _como ocorreu com Honduras em 2009. Para a expulsão, defendida por Nicarágua, Equador, Bolívia e Venezuela, é necessária uma Assembleia Geral dos chanceleres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário